Biden afirma que inflação é a maior prioridade nacional

por Lusa

O Presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que a "inflação é a maior prioridade nacional", numa altura em que a subida dos preços penaliza as famílias norte-americanas e afeta a popularidade de Joe Biden.

O líder norte-americano salientou, no entanto, que algumas das causas da inflação estão fora do seu controlo, indicando que se devem à pandemia de covid-19 e aos efeitos da invasão russa da Ucrânia.

Joe Biden referiu também que a administração norte-americana está a analisar um eventual levantamento das taxas alfandegárias impostas pelo seu antecessor, Donald Trump, a produtos provenientes da China, um gesto destinado a atenuar a inflação.

"Estamos a analisar [o assunto] neste momento", disse o Presidente dos Estados Unidos, questionado sobre um possível abandono dessas taxas.

"Estamos só a discutir, ainda não foi tomada nenhuma decisão", indicou, sem dizer se tenciona baixar ou suprimir as tarifas, que abrangem, no total, importações anuais equivalentes a 350 mil milhões de dólares provenientes da China.

As declarações de Biden foram feitas na véspera da divulgação dos números da inflação relativos a abril.

A inflação em março atingiu 8,5%, o nível mais elevado desde dezembro de 1981, segundo o Índice de Preços no Consumidor divulgado pelo Departamento do Trabalho.

Joe Biden lembrou que em março 60% da inflação se devia à subida dos combustíveis, sublinhando, no entanto, que, apesar de não poder controlar alguns fatores, que têm "natureza global", pode agir em relação a outros.

"Há coisas que podemos fazer e podemos resolver o que temos de fazer, a começar pela Reserva Federal (Fed), que tem um papel primordial na luta contra a inflação no nosso país", declarou.

Biden exortou o Senado a "confirmar sem demoras" as nomeações de "candidatos altamente qualificados" que propôs para preencher os cargos vagos na Fed, ao mesmo tempo que mencionou a sua intenção de não interferir nas decisões do banco central, lembrando a independência deste.

Questionado sobre a duração da atual pressão inflacionista, Joe Biden citou os economistas, que maioritariamente antecipam uma moderação dos preços ao longo deste ano, embora outros considerem que poderá prolongar-se até 2023.

"Não posso prever", adiantou, mostrando-se prudente, depois de durante muito tempo se ter dito que a inflação elevada seria "temporária".

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