Bruxelas cria estratégia para mercado dos drones na UE que valerá 14,5 mil ME até 2030

por Lusa
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A Comissão Europeia criou hoje uma estratégia para o desenvolvimento do mercado dos `drones`, aeronaves não tripuladas, na União Europeia (UE), esperando que o setor valha 14,5 mil milhões de euros e crie 145 mil empregos, até 2030.

"A Estratégia Europeia de Drone 2.0, adotada hoje pela Comissão, estabelece uma visão para o desenvolvimento futuro do mercado europeu de `drones`, baseando-se no quadro de segurança da UE para operar e estabelecer requisitos técnicos", indica o executivo comunitário em comunicado de imprensa.

De acordo com Bruxelas, "a nova estratégia estabelece a forma como a Europa pode prosseguir com operações comerciais de grandes dimensões no que toca aos `drones`, oferecendo ao mesmo tempo novas oportunidades no setor".

"Com a chegada de uma nova geração de aeronaves elétricas capazes de operar num ambiente urbano e regional, precisamos de assegurar que, para além de manter a segurança das operações nos nossos céus, as condições satisfaçam tanto as necessidades comerciais dos operadores como as expectativas dos cidadãos no que diz respeito à privacidade e segurança", salienta a comissária europeia dos Transportes, Adina Valean, citada pela informação à imprensa.

A responsável pela tutela salienta que esta estratégia "não só amplia a capacidade da Europa para prosseguir operações comerciais de aeronaves comerciais em grande escala, como também oferece novas oportunidades, em particular às pequenas e médias empresas".

"Com o enquadramento adequado, o mercado de serviços de `drones` na Europa poderá valer 14,5 mil milhões de euros e criar 145.000 empregos até 2030", adianta Adina Valean.

A estratégia hoje divulgada aborda então questões como ruído, segurança e privacidade, com a Comissão Europeia a apelar aos "municípios nacionais, regionais e locais para assegurar que os serviços de `drones` estejam alinhados com as necessidades dos cidadãos", para evitar oposição da sociedade civil a tal setor.

No documento de hoje, Bruxelas prevê que os `drones` possam, até 2030, ser usados para serviços de emergência, cartografia, imagiologia, inspeção e vigilância dentro dos quadros legais aplicáveis, bem como para mobilidade aérea, inteligência artificial, robótica, semicondutores e serviços espaciais e telecomunicações móveis da UE.

Para isso, o executivo comunitário defende 19 ações a adotar nos próximos tempos, como adotar regras comuns para a aeronavegabilidade e novos requisitos de formação para pilotos de aeronaves remotas, criar uma plataforma `online` para partes interessadas locais e indústria, desenvolver um roteiro estratégico de tecnologia e definir critérios para um rótulo voluntário de `drones` relativo à cibersegurança.

Em 2018, o Conselho da UE acordou novas regras proporcionais e baseadas nos riscos para permitir o crescimento do setor da aviação da UE e o tornar mais competitivo, incluindo regras comuns em matéria de segurança, nomeadamente no que toca às aeronaves não tripuladas, os `drones`.

Já em 2019, a Comissão Europeia adotou regras para a toda a UE que estabelecem as especificações técnicas aplicáveis aos `drones`.

Dados hoje divulgados referem que, desde 2003, a UE tem investido quase 980 milhões de euros no desenvolvimento ou utilização de aeronaves não tripuladas para aplicações consideradas inovadoras.

Desde essa altura, Bruxelas financiou, ao todo, 320 projetos relacionados com `drones` no âmbito dos seus programas de investigação e inovação.

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