Bruxelas mantém Portugal sob vigilância por desequilíbrios macroeconómicos

por Lusa
Yves Herman - Reuters

A Comissão Europeia manteve hoje Portugal no grupo alargado de Estados-membros para os quais considera justificada uma análise aprofundada aos desequilíbrios macroeconómicos, apontando que a crise da covid-19 exacerbou os desafios já existentes e trouxe novos riscos.

Ao adotar hoje a segunda parte do "pacote de outono" do semestre europeu de coordenação de políticas económicas e orçamentais, num ano marcada pela profunda crise económica provocada pela pandemia, o executivo comunitário aprovou o relatório de mecanismo de alerta, que identifica os Estados-membros que Bruxelas considera deverem ser particularmente monitorizados, e Portugal continua a integrar a mesma lista de 12 países.

O relatório do mecanismo de alerta recomenda então análises aprofundadas para determinar a gravidade dos desequilíbrios macroeconómicos de Alemanha, França, Espanha, Itália, Portugal, Croácia, Chipre, Grécia, Irlanda, Holanda, Roménia e Suécia, os mesmos 12 Estados-membros que já haviam sido identificados como tendo desequilíbrios ou desequilíbrios excessivos em fevereiro passado.

"A atual crise exacerbou certos desafios existentes e está a colocar novos riscos. Tal enfatiza a necessidade de fazer o melhor uso possível das medidas de apoio disponíveis ao nível da UE e assegurar que os investimentos e reformas levados a cabo na zona euro são eficazes para fazer face aos desequilíbrios", aponta o executivo comunitário.

A Comissão aponta que, uma vez que o ciclo do "semestre europeu" de 2021 está a ser ajustado à luz da criação do mecanismo de recuperação e resiliência, "as análises aprofundadas aos 12 Estados-membros selecionados", normalmente publicadas em fevereiro, serão divulgadas "mais tarde do que o habitual".

Nas análises aprofundadas publicadas em fevereiro último, ainda antes de a pandemia da covid-19 atingir a Europa, a Comissão considerou que Portugal continuava a apresentar desequilíbrios macroeconómicos, sobretudo devido a um abrandamento do ajustamento externo.

Entre os 12 países identificados como tendo desequilíbrios - e que incluem as cinco maiores economias da UE -, o executivo comunitário considerou que só trêss apresentavam "desequilíbrios excessivos": Itália, Grécia e Chipre.

 

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