Buenos Aires adia para 2021 pagamento de 9,8 mil milhões de dólares de dívida

por Lusa

A Argentina adiou para 2021 o pagamento de 9,8 mil milhões de dólares de dívida pública, segundo um decreto publicado hoje no Jornal Oficial, em plena crise de saúde associada à epidemia da covid-19.

O Governo do presidente argentino Alberto Fernández libertou-se da obrigação de pagar antes de 31 de dezembro de 2020 as obrigações emitidas em dólares, afirma o decreto, numa altura em que o país está em confinamento e a economia, em recessão há dois anos, está a ser fortemente atingida pela pandemia da covid-19.

A medida publicada hoje poderia ser considerada pelos credores como um incumprimento seletivo, enquanto se esperam anúncios de como continuará a reestruturação da dívida emitida sob legislação estrangeira, cujo plano de negociação tardou devido ao impacto na economia argentina, em recessão há dois anos, da crise global desencadeada pela pandemia da covid-19.

A economia argentina contraiu-se 2,2% em 2019 num contexto de alta inflação no meio de uma crise que agravou a situação social, com 35,5% da população imersa na pobreza e o aumento do desemprego, um cenário que a pandemia da covid-19 vai agravar, referem analistas citados pela Efe.

O anterior governo, de Mauricio Macri (2015-2019), já tinha adiado no ano passado o pagamento de juros de alguns títulos da dívida, uma decisão que o executivo de Fernández repetiu depois de assumir o poder em dezembro passado para determinados instrumentos, ao mesmo tempo que decidiu pagar outros e anunciar a reestruturação da avultada dívida soberana em dólares sob lei estrangeira.

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