O presidente executivo do espanhol CaixaBank realçou hoje em Barcelona a evolução "muito notável" do BPI nos primeiros meses do ano, apesar de o banco português ter mudado de dono.
"O caminho feito pelo BPI neste primeiro semestre foi muito notável. Para uma entidade que atravessa uma mudança de controlo, o risco é sempre de desacelerar a atividade, podendo haver um despiste", considerou Gonzalo Gortázar na conferência de imprensa em que apresentou os resultados do CaixaBank.
O presidente executivo da entidade que controla agora o BPI insiste que "isso não aconteceu" e que, apesar do banco português ter apresentado um prejuízo de 102 milhões de euros no primeiro semestre do ano, continua a crescer.
Gonzalo Gortázar deu como exemplo o aumento da quota de mercado português, com o reforço da solvabilidade e liquidez e o aumento do número de clientes.
"Pensamos que há perspetivas favoráveis para o BPI e para Portugal", resumiu o responsável do banco que tem sede em Barcelona.
O dono do BPI teve lucros de 839 milhões de euros no primeiro semestre de 2017, um crescimento de 31,6% em relação ao mesmo período de 2016, que incluem uma contribuição de 77 milhões do banco português.
Na quarta-feira, em Lisboa, o BPI anunciou um prejuízo de 102 milhões de euros no primeiro semestre.
O CaixaBank explica que foi possível incorporar os 77 milhões de euros por causa da evolução a partir de 01 de fevereiro, quando o CaixaBank passou a controlar o BPI.
Por outro lado, no primeiro mês do ano houve "um impacto singular" de 212 milhões de euros devido à desconsolidação da participação do BPI no angolano BFA.
Gonzalo Gortázar garantiu que "a marca BPI está muito bem valorizada" e que não existe qualquer estratégia ou discussão sobre uma alteração do nome do banco português.
O presidente executivo do CaixaBank teve também palavras de elogio para a nova equipa de gestão do BPI.
O espanhol Pablo Forero substituiu o português Fernando Ulrich como presidente executivo do BPI, depois de ter recebido autorização do Banco Central Europeu (BCE) para ocupar a função.
O grupo CaixaBank tem agora um racio `Common Equity Tier 1 (CET1) fully loaded` de 11,5%, em linha com o que tinha previsto no seu plano estratégico: 11%-12% e 2,8 pontos percentuais acima do que é requerido pelo supervisor (8,75%).
Desde 01 de fevereiro último que o banco espanhol consolida a sua participação no BPI através do método de integração global.
Nessa data, o CaixaBank ficou com 84,5% do BPI na sequência do lançamento em 2016 de uma oferta pública de aquisição do banco português.