Centeno admite que abrandamento da economia pode durar mais tempo

por Alexandre Brito - RTP
Imagem de arquivo Reuters

O ministro português das Finanças, e presidente do Eurogrupo, admitiu hoje em entrevista à Bloomberg que o abrandamento económico pode durar um pouco mais do que era esperado. E isso deve-se, em parte, à incerteza política.

Em Davos, para participar no Fórum Económico Mundial, Mário Centeno afirmou que “todos nós precisamos de estar um pouco preocupados com a evolução (da economia). O abrandamento que se esperava temporário, por exemplo na indústria alemã” pode, afinal, “durar um pouco mais”.

“A maior parte dos riscos que estamos a acumular nos últimos meses”, adiantou o presidente do Eurogrupo, “são de origem política”. Centeno disse ainda que é fundamental que os políticos “desimpeçam o caminho para que tudo seja resolvido no mais curto período de tempo possível. Estou a falar do Brexit, da incerteza italiana”, situações que têm impacto na Europa

"Mas mesmo assim estamos a crescer", disse. "As perspetivas em relação ao mercado laboral são muito positivas, por isso temos que olhar para esses sentimentos positivos”.
Brexit sem acordo “seria um choque”

Mário Centeno garantiu que a União Europeia está a preparar-se para “todos os cenários possíveis” em relação à saída do Reino Unido sem acordo. Para logo acrescentar que é preciso evitar esse cenário. “Será negativo não só para a União Europeia mas particularmente para o Reino Unido. Todos devem trabalhar para evitar isso”.

Questionado sobre a probabilidade de isso acontecer, Centeno afirmou que é preciso manter o otimismo enquanto a discussão estiver em cima da mesa. “Acho que a “probabilidade de isso acontecer (Brexit sem acordo) é muito pequena. Seria um choque muito negativo para a economia. Mas devemos tomar as medidas necessárias” para esse cenário.
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