Certificados captaram 71,5 ME por dia no 4.º trimestre de 2022

por Lusa

O valor médio diário investido em certificados no último trimestre de 2022 ascendeu a 71,5 milhões de euros, mais do dobro da média diária observada no total do ano e que foi de 32,7 milhões de euros.

Estes dados constam o Relatório Integrado de 2022 dos CTT que indicam que aqueles 32,7 milhões de euros de valor médio diário em subscrições ao longo do ano passado comparam com uma média diária de 17,6 milhões de euros em 2021.

Ao longo do ano passado, o montante de novas entradas de dinheiro (subscrições) nos certificados ascendeu a 8.138 milhões de euros, fazendo o saldo dos Certificados de Aforro (CA) fechar o ano em 19.625 milhões de euros, um novo máximo desde 1998.

A subida das taxas Euribor -- indexante que integra a fórmula de cálculo dos Certificados de Aforro -- e consequente aumento da taxa de rentabilidade impulsionou a procura deste produto por parte dos consumidores, com os dados a mostrarem que esta se intensificou na segunda metade do ano.

"Foram efetuadas subscrições no montante de 8.138,0 MEuro [milhões de euros] em 2022, com uma média de 32,7 MEuro/dia (17,6 MEuro/dia em 2021)", refere o relatório dos CTT, indicando que o segundo semestre "beneficiou de um aumento das subscrições dos títulos da dívida pública, 186,8% acima" do semestre homólogo de 2021.

"Este crescimento foi suportado pelos certificados de aforro, cuja atratividade tem vindo a aumentar desde o início do ano de 2022, fruto de uma nova conjuntura de taxas de juro que posiciona melhor a dívida pública enquanto alternativa de investimento", refere o documento.

Enquanto os CA iniciaram o ano de 2022 com um saldo de 15.511 milhões de euros, tendo este aumentado para 19.625 milhões de euros, os Certificados do Tesouro (CT) fizeram o caminho inverso: de um saldo no início do ano de 17.793 milhões de euros, passaram para um saldo de 15.243 milhões de euros em dezembro.

A procura pelos Certificados de Aforro tem-se mantido intensa em 2023, com os dados do Banco de Portugal hoje divulgados a mostrarem que o saldo já tinha superado os 25 mil milhões de euros em fevereiro.

A taxa de juro da série de Certificados de Aforro atualmente em comercialização (a série E) é determinada mensalmente (no antepenúltimo dia do mês, para vigorar no seguinte), tendo em conta uma fórmula que contempla um prémio de permanência e a média dos valores da Euribor a três meses observados nos 10 dias úteis anteriores.

As regras limitam o prémio de permanência a um máximo de 1% (valor atribuído a partir do 6.º ano da subscrição e até ao fim do prazo), definindo ainda que da fórmula não pode resultar uma taxa base superior a 3,5%.

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