China admite grande volume de casas por vender mas garante estabilidade no setor

por Lusa

Pequim, 15 mar (Lusa) - O ministro da Habitação chinês, Chen Chenggao, admitiu hoje que existem 739 milhões de metros quadrados em casas por vender no país, mas assegurou que o mercado se mantém estável, face ao rápido êxodo rural.

"As vendas estão a recuperar", afirmou Chen, numa conferência de imprensa à margem da sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP), o órgão máximo legislativo chinês.

O ministro previu que o avanço do setor imobiliário registado em 2015, de 14%, após ter recuado 7% em 2014, se mantenha este ano.

Ainda assim, a recuperação não evitou um aumento no número de casas por vender, face à escalada dos preços nas grandes metrópoles e a estagnação nas pequenas cidades, onde a procura é menor do que o esperado.

No conjunto, a China passou a ter 720 milhões de metros quadrados de habitações por vender, face aos 580 milhões do ano passado, assumiu Chen, sublinhando que a progressiva urbanização do país contribuirá para solucionar este problema.

"O processo de urbanização não mudou, temos 770 milhões de pessoas a viver nas cidades, 56,5% da população total, e no final do 13.º Plano Quinquenal (2016-2020), essa cifra será maior, o que dá enorme potencial ao mercado imobiliário", disse.

O vice-ministro Ni Hong, também presente na conferência de imprensa, detalhou que 100 milhões de chineses de zonas rurais deverão chegar às cidades a médio prazo, ainda que Chen tenha reconhecido que aquelas estimativas são ameaçadas pelo abrandamento da economia chinesa.

"É preciso criar postos de trabalho que assegurem a permanência dos imigrantes nas cidades", afirmou o ministro, numa altura em que o encerramento de fábricas, minas e outras indústrias do país levam muitos trabalhadores a regressar ao campo.

O ministro enalteceu os esforços das entidades financeiras, nomeadamente do Banco Agrícola da China, que concedeu em janeiro empréstimos no valor de 17 mil milhões de yuan (2.251 milhões de euros), para que os chineses rurais adquiram uma casa.

Quanto aos preços do imobiliário, Chen sublinhou que é preciso estabilizar o mercado "e castigar atividades ilegais" nas cidades grandes, onde a especulação é maior.

Já nas cidades de dimensão média e pequena, onde estão concentradas 70% das casas por vender, o Governo "está a analisar medidas para estimular a compra", ressaltou o ministro.

Nos últimos meses, o Banco do Povo da China (Banco Central) aprovou diversas medidas (sobretudo a redução do pagamento inicial), visando facilitar a concessão de hipotecas para a compra da primeira ou segunda casa.

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