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China e EUA encerram Fase 1 do Acordo de Comércio

por RTP
A guerra de tarifas entre os EUA e a China iniciou-se em 2017 Reuters

A notícia foi dada pelo Presidente dos Estados Unidos na rede Twitter. Donald Trump anunciou que "foi alcançado um acordo para uma ampla Fase 1 com a China". Essencialmente, em troca da suspensão ou de cortes de tarifas em alguns produtos chineses, Pequim aceitou fazer reformas estruturais e comprar mais produtos norte-americanos. Mas há mais.

Ao confirmar o acordo, que abre caminho à Fase 2 das negociações, a China sublinhou que espera que ambas as partes venham a respeitar o texto, depois de este ser assinado.

Os Estados Unidos prometeram suspender 160 milhões de dólares (quase 150 mil milhões de euros) em tarifas retaliatórias sobre produtos chineses que deveriam ser aplicadas a partir do próximo domingo.

Também irão pôr fim a outras taxas já em vigor e eliminar progressivamente as acusações que pendem sobre China, no diferendo comercial.

Em troca, Pequim compromete-se a adquirir 50 mil milhões de dólares em produtos agrícolas norte-americanos em 2020, o dobro do que comprou em 2017, ano em que o conflito comercial teve início.

Irá ainda aumentar o acesso das empresas norte-americanas ao mercado chinês e reforçar a proteção imediata de direitos de propriedade intelectual.
Trump entusiasma-se
Apesar de as confirmações oficiais não terem surgido de imediato, nem por parte da Administração norte-americana, nem por parte de Pequim, o Presidente norte-americano antecipou tudo e todos e celebrou o acordo na rede Twitter.

"Chegamos a acordo para um amplo Acordo Fase 1 com a China", escreveu Donald Trump.


"Eles concordaram com muitas alterações estruturais e compras massivas de Produtos Agrícolas, Energia e Produtos Manufaturados, e muito mais. As tarifas de 25 por cento irão ficar iguais, com 7 1/2 por cento aplicados a muito do restante...".

"As Tarifas Penais previstas para 15 de dezembro não serão aplicadas, devido ao fato de termos chegado a acordo. Iniciaremos de imediato as negociações da Fase 2, em vez de esperar até depois das eleições de 2020. Este é um acordo fantástico para todos. Obrigado!", acrescentou Trump num segundo tweet.

O aval de Pequim surgiu uma hora e meia depois dos tweets de Trump, numa conferência de imprensa com altos responsáveis dos ministérios envolvidos nas negociações.

A China preferiu celebrar o fim das tarifas, e só depois revelou os seus compromissos.

"Uma vez que ambas as partes chegaram um Acordo Fase 1, os Estados Unidos prometeram cancelar algumas tarifas previstas e já aplicadas, e irão acelerar autorizações de importação de bens chineses", revelou o vice-ministro chinês das Finanças, Liao Min.
Mais importações
"O cancelamento de tarifas está no centro das preocupações chinesas nas negociações comerciais, e ambos os lados chegaram a acordo quanto a isso", acrescentou, confirmando a notícia dada momentos antes pelo ministro do Comércio, Wang Shouwen.Liao referiu que agora Pequim e Washington estão a resolver onde e quando será assinado o documento.

Depois disso, a China irá importar mais arroz e milho dos Estados Unidos, revelou o vice-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais, Han Jun, igualmente presente na conferência de imprensa.

O vice-presidente da Comissão de Planeamento para o desenvolvimento Nacional e Reforma, Ning Jizhe, informou os jornalistas que o pais irá incrementar as importações dos Estados Unidos, nos setores de Energia, Agricultura, Produtos Farmacêuticos e Serviços Financeiros.

Nenhum dos responsáveis referiu os montantes ou valores envolvidos nas transações e, quando questionado, Ning referiu que os números específicos serão divulgados mais tarde.

Wang Shouwen sublinhou ainda aos repórteres que um acordo comercial irá proteger os interesses das empresas externas na China assim os interesses legais das empresas chinesas nos Estados Unidos.
Primeiro, a implantação
A primeira fase do acordo comercial, inclui ainda o entendimento sobre matérias como a transferência de tecnologia, propriedade intelectual, expansão comercial e estabelecimentos de mecanismos de resolução de disputas.

Pequim acedeu reforçar a proteção da propriedade intelectual, de forma a controlar o roubo desta e a produção de bens de contrafação, mas irá faze-lo ao seu próprio ritmo, acrescentou Wang.Liao contradisse o Presidente norte-americano, referindo que as negociações da Fase 2 irão depender da implementação dos termos acordados na Fase 1.

O chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, Myron Brilliant, referiu que o acordo parcial, além de levar os Estados Unidos a suspender o plano de impor tarifas de 160 mil milhões de dólares que deveria arrancar domingo, obriga Washington a eliminar progressivamente as acusações que pendiam sobre China, no diferendo comercial.

Em reação a este desfecho antecipado da Fase 1 do acordo comercial, as bolsas mundiais reagiram favoravelmente com subidas significativas, alicerçadas igualmente por uma boa reação ao resultado das eleições no Reino Unido.

Desde julho de 2018, os Estados Unidos tinham imposto tarifas retaliatórias de mais de cerca de 360 mil milhões de dólares (mais de 300 mil milhões de euros) sobre produtos chineses, com Pequim a responder tributando acrescidamente cerca de 120 mil milhões de dólares (mais de 100 mil milhões de euros) em exportações dos EUA.

c/ Lusa
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