CIP terá este mês estudo sobre impacto na economia portuguesa

por Lusa

Lisboa, 16 out (Lusa) -- A CIP - Confederação Empresarial de Portugal anunciou hoje que terá este mês um estudo sobre os efeitos do `Brexit` na economia portuguesa, análise que "na melhor das hipóteses" aponta para uma quebra entre 15% a 23% nas exportações.

A informação foi avançada pelo presidente da CIP, António Saraiva, que falava no final da reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social, que foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e dedicada em exclusivo à discussão do Conselho Europeu de quarta-feira, da Cimeira do Euro e do `Brexit` (processo de saída do Reino Unido da União Europeia).

"A CIP está a concluir um estudo que apresentará publicamente no próximo dia 31 (de outubro) onde se pode vislumbrar os efeitos que o `Brexit` terá para a economia portuguesa, nomeadamente para as exportações e para aqueles setores que serão inevitavelmente mais afetados, a moda, a química, o turismo, a indústria conserveira", disse o representante, em declarações aos jornalistas, à saída da reunião.

"Na melhor das hipóteses, esse estudo aponta para uma quebra entre 15% a 23%, se correr bem ou se correr mal obviamente. E é isso que nos deve inquietar e encontrar a melhor maneira para defendermos as nossas posições no Conselho Europeu", reforçou António Saraiva.

Confrontado com estas previsões da CIP, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, que também participou na reunião de hoje, admitiu que seria "um dado catastrófico se fosse verdadeiro".

"Mas vamos relativizar. O que o estudo encomendado pela CIP prevê é que, dependendo dos cenários, a quebra nas exportações portuguesas para o Reino Unido possa ser superior a 20%. Esse dado é um dado negativo que é preciso contrariar", frisou o chefe da diplomacia portuguesa.

Santos Silva destacou, porém, que as exportações portuguesas para o Reino Unido valem 6% do conjunto das exportações, valores que representam "décimas de unidade de Produto Interno Bruto (PIB)".

"Contudo, esse impacto deve ser mitigado e deve ser corrigido", realçou.

As negociações entre o Reino Unido e a UE chegaram a um novo impasse neste fim de semana, dois dias antes do início, na quarta-feira, de um Conselho Europeu dedicado ao tema, devido à questão da fronteira entre a Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte.

O Reino Unido vai deixar a UE em 29 de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída, e quase três anos depois do referendo de 23 de junho de 2016 que viu 52% dos britânicos votarem a favor do `Brexit`.

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