Cofina com prejuízos de 1,3 ME até junho afetado por custos para compra da Media Capital

por Lusa

Lisboa, 10 set 2020 (Lusa) - A Cofina registou prejuízos de 1,3 milhões de euros no primeiro semestre, contra lucros de três milhões um ano antes, impactados pelos custos da compra da Media Capital e impacto da pandemia, divulgou hoje a empresa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cofina adianta que "os resultados do primeiro semestre de 2020 ficaram marcados pela pandemia covid-19 e pelos custos não recorrentes da operação de aquisição da Media Capital".

A pandemia "teve um impacto relevante nas receitas dos grupos de media, tendo-se assistido a quedas significativas em todas as rubricas que constituem as receitas, nomeadamente, a forte contração dos investimentos publicitários, receitas de circulação afetadas pela implementação das medidas de confinamento entre março e maio, o que se traduziu no encerramento de muitos dos pontos de venda ao público e, consequentemente, nas receitas associadas a marketing", refere a empresa liderada por Paulo Fernandes.

Além disso, a operação de aquisição da Media Capital gerou custos não recorrentes de cerca de 1,6 milhões de euros, adianta, referindo que "sem estes custos, a empresa registaria resultados líquidos positivos".

Nos primeiros seis meses do ano, as receitas totais da Cofina caíram 20% para 34 milhões de euros.

"As receitas de circulação e as receitas de publicidade registaram decréscimos de 20,7% e de 28,8%, respetivamente", refere, adiantando que "as receitas associadas a marketing alternativo e outros atingiram 8,3 milhões de euros (-7,1%)".

No período em análise, "foram implementadas medidas de redução de custos, tendo os custos operacionais recorrentes registado um decréscimo de cerca de 15%, atingindo 29,8 milhões de euros".

No primeiro semestre, os custos operacionais recorrentes "foram reduzidos em cerca de 5,1 milhões de euros".

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) atingiu cerca de 4,2 milhões de euros, o que reflete um decréscimo de 45,5%.

"Em 30 de junho de 2020, a dívida líquida nominal da Cofina era de 44,1 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de aproximadamente um milhão de euros relativamente à dívida líquida nominal registada a 31 de dezembro de 2019, a qual era de 44,9 milhões de euros", refere a Cofina.

Estes montantes incluem o caucionamento de um montante de 10 milhões de euros no contexto do contrato de compra e venda celebrado em 20 de setembro de 2019 com a Promotora de Informaciones, S.A. (Prisa) para a aquisição de 100% do capital social e direitos de voto da Vertix, SGPS, S.A. (e indiretamente de 94,69% do capital social e direitos de voto do grupo Media Capital, SGPS, S.A.)", salienta o grupo.

Em 11 de março, a Cofina anunciou a desistência da compra da dona da TVI, depois de falhar a operação de aumento de capital em cerca de três milhões de euros.

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