Conselho Europeu termina em Bruxelas sem acordo

por Lusa
Foto: Yves Herman - EPA

O Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas consagrado ao orçamento plurianual da União para 2021-2027 terminou sem acordo, apenas cerca de 20 minutos após os líderes se terem sentado novamente à mesa para discutir a nova proposta, revelaram fontes europeias.

Iniciada na quinta-feira à tarde, a cimeira foi interrompida ao início da noite, sucedendo-se desde então múltiplas reuniões bilaterais, madrugada dentro e ao longo do dia de hoje, e ao fim de praticamente 24 horas os chefes de Estado e de Governo voltaram a juntar-se na mesma sala para apreciar uma proposta revista apresentada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

O presidente do Conselho Europeu lamentou que os 27 Estados-membros da União Europeia não tenham chegado a acordo, indicando que os líderes europeus "precisam de mais tempo".

"Nas últimas semanas e nos últimos dias, tivemos de trabalhar muito para tentar chegar a um acordo, mas infelizmente hoje observámos que não era possível", declarou Charles Michel, falando em conferência após o fim da cimeira.

"Precisamos de mais tempo", reconheceu o responsável, falando numa "negociação difícil" e no âmbito da qual é "preciso trabalhar para responder às diferentes preocupações e exigências" dos Estados-membros.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que a rejeição da proposta de orçamento plurianual da União Europeia para 2021-2027 no Conselho Europeu não constitui uma surpresa e disse esperar que sirva de "lição".

"A rejeição desta proposta pelo Conselho não pode ser surpresa, mas espero que signifique uma lição. Não se constroem consensos a partir de posições minoritárias", disse, numa conferência de imprensa no final da cimeira extraordinária consagrada ao futuro Quadro Financeiro Plurianual, em Bruxelas.

Comentando que a base negocial com que se partiu para estas negociações era "má", Costa afirmou que o método para conduzir também não terá sido o melhor, pois tentou-se ir "ao encontro da posição de uma minoria" de quatro Estados-membros (os `frugais`, contribuintes líquidos), quando, insistiu, "os consensos constroem-se a partir das posições maioritárias, e não minoritárias".

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