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Cooperação Financeira Internacional do Banco Mundial estuda abrir representação em Angola

por Lusa

Luanda, 24 set (Lusa) - O Governo angolano pediu à instituição Cooperação Financeira Internacional (ICF na sigla inglesa) do Grupo Banco Mundial (BM) para abrir um escritório de representação em Luanda, devendo o assunto ficar decidido até novembro, disse hoje fonte oficial.

A indicação foi avançada pelo vice-presidente do ICF para África e Médio Oriente, o economista português Sérgio Pimenta, numa conferência de imprensa na capital angolana, onde se encontra a realizar um "estudo prospetivo" sobre a forma como aquela instituição ligada ao Banco Mundial pode apoiar Angola na diversificação da economia do país.

Sérgio Pimenta explicou que a abertura de um escritório de representação em Angola coincide com a inédita nomeação, também hoje, de um responsável da instituição para toda a África Austral, o queniano Kevin Ndjirai, que irá gerir os dossiês da região a partir de Joanesburgo.

De qualquer forma, acrescentou, o Banco Mundial, com quem a ICF tem mantido uma colaboração regular em mais de 120 países, já tem uma representação em Angola, país que é um dos 184 acionistas daquela instituição.

Segundo o economista português, o pedido foi feito hoje pelas autoridades angolanas em encontros que manteve de manhã, destinados a avaliar como a ICF pode apoiar o desenvolvimento de Angola, através sobretudo do apoio ao setor privado, com o objetivo de diversificar a economia angolana, ainda muito dependente do petróleo.

Sérgio Pimenta indicou, por outro lado, tratar-se da primeira visita que faz a Angola, pelo que a ideia é agora elaborar, em colaboração com as autoridades de Luanda, uma estratégia de apoio ao desenvolvimento e à criação de emprego dando prioridade às áreas da Agricultura e do Agroindústria, "em que há um potencial significativo".

No seguimento da estratégia ligada à agricultura, acrescentou, está também em estudo a possibilidade de o ICF apoiar o financiamento de logística e transportes, setor que envolve muitos outros subsetores, uma vez que a população tem de conseguir escoar a produção.

No entanto, acrescentou que poderão ser abertas outras portas noutras áreas, como as pescas, mas insistiu que a prioridade é, para já, as atividades ligadas à agricultura, pois Angola tem uma grande população rural.

"É nisso que queremos apostar. Trazer para Angola a nossa experiência de mais de 60 anos", indicou Sérgio Pimenta, sublinhando ter tido um "diálogo muito positivo" com as autoridades angolanas, com associações empresariais e com a sociedade civil.

Segundo Sérgio Pimenta, em 2017, o ICF investiu 23.000 milhões de dólares em vários projetos em todo o mundo, com a África subsaariana a registar, no mesmo ano, e pela primeira vez, o maior volume, que atingiu os 6,2 mil milhões de dólares.

"Ainda é cedo para falar de números em relação a Angola. Estamos a começar. O nosso ano fiscal começa em junho, pelo que ainda é cedo", insistiu, manifestando-se, porém, otimista em que Angola poderá obter bons financiamentos do ICF.

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