Costa admite que solução para o Banif acarreta "custo elevado" para contribuintes

por RTP

O primeiro-ministro garante que a solução encontrada protege os depósitos e assegura a estabilidade do sistema financeiro. António Costa deixa críticas ao anterior Governo.

O primeiro-ministro admite que a venda do Banif ao Santander Totta tem um "custo muito elevado", mas esta é a solução que "melhor defende interesse nacional".

"Esta venda tem um custo muito elevado para os contribuintes, mas é, no atual contexto, a melhor solução que defende o interesse nacional", afirmou António Costa numa declaração ao país, no Palácio de São Bento, em Lisboa.

"Este Governo faz questão de não iludir os contribuintes e reconhecer os custos desta solução e considera que os portugueses têm o direito ao cabal esclarecimento relativamente a todo este processo", sublinhou Costa.

António Costa salientou que os portugueses podem ter confiança no "nosso sistema financeiro" e nas "nossas instituições".

Garantiu ainda que esta segunda-feira os balcões vão reabrir com normalidade sob a responsabilidade de uma instituição bancária "conhecida e credível".
Situação de urgência
O primeiro-ministro, que fez a declaração minutos depois do anúncio do Banco de Portugal da venda do Banif ao Santander, afirma que quando o Governo tomou posse, a situação era já conhecida das autoridades portuguesas "há mais de um ano".

O Estado - disse Costa - sabia que estava obrigado a apresentar e a fazer aprovar pela Comissão Europeia um plano de reestruturação do banco, depois de em janeiro de 2013 ter decidido recapitalizar a instituição, e há mais de um ano que as autoridades portuguesas sabiam que tinham até março deste ano para apresentar um "plano credível de reestruturação".

Como tal não aconteceu, acrescentou, Portugal foi instado pelas instituições comunitárias a apresentar uma solução até domingo, "sob pena de o Banif deixar de ter condições para operar no mercado".

Essa situação, bem como o facto de em janeiro entrarem em vigor novas condições para a resolução bancária, exigiu "a maior urgência" na resolução do problema, o que "não deixou de se refletir no elevado custo" da operação, acrescentou o primeiro-ministro.

Numa intervenção sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, António Costa disse que a solução tem, no entanto, a vantagem de ser "definitiva", "não ficando o Estado português sujeito a perdas futuras ou dependente de um incerto processo de venda do banco".

"O que podemos esperar, e nesse sentido estamos a trabalhar, é a maior recuperação possível dos custos hoje assumidos", afiançou.

(com Lusa)
pub