Costa adverte que a "moeda" do Orçamento tem duas faces e uma impõe contas certas

por Lusa

 O primeiro-ministro afirmou hoje que um Orçamento é sempre uma moeda com duas faces, uma delas com o saldo entre receitas e despesas, e que a credibilidade internacional da economia portuguesa é um valor intocável.

Esta mensagem sobre "as contas certas" foi transmitida por António Costa na reunião que teve com o Grupo Parlamentar do PS, na Assembleia da República, sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2022.

Tendo ao seu lado o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, o líder do executivo salientou a meio do seu discurso "o caráter fundamental de o país continuar a ter contas certas" - um tema que já tinha destacado no sábado passado perante a Comissão Nacional do PS.

"Temos de recuperar a economia, temos de reforçar os serviços públicos, mas temos de ter contas certas. Graças a essa trajetória, compatibilizando o virar de página da austeridade com contas certas, Portugal saiu do Procedimento por Défice Excessivo da União Europeia e viu as agências de rating valorizar a República, passando até à situação de ter existido este ano uma emissão em que a taxa de juro a dez anos foi negativa. Isso é um ativo muito grande", frisou, numa alusão à questão da "credibilidade internacional" do país.

Sem nunca se referir diretamente ao processo de negocial em torno da proposta do Governo de Orçamento do Estado para o próximo ano, o primeiro-ministro advertiu que a capacidade de Portugal atrair investimento direto estrangeiro é vital, "porque é conhecida a escassez de capital no país".

"A credibilidade internacional do país intacta é algo que temos de assegurar", vincou, recebendo então uma salva palmas dos deputados socialistas.

António Costa sustentou depois que, desde 2016, não foi o rigor orçamental que impediu o seu Governo de eliminar cortes salariais e de pensões, ou de aumentar o investimento e melhorar os salários.

Mas deixou um aviso: "Não podemos achar que um Orçamento é uma moeda que não tem duas faces".

"O Orçamento tem a face da despesa e da receita, e tem a face também do saldo dessa despesa e dessa receita", realçou.

Ou seja, segundo o primeiro-ministro, o país "tem de reforçar o investimento, tem de reforçar os serviços públicos, melhorar os rendimentos, mas sempre com contas certas, tendo em vista diminuir o défice e a dívida pública".

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