Costa deixa Haia "mais confiante" num acordo no Conselho Europeu

por Antena 1

Foto: Bart Maat - EPA

O primeiro-ministro, António Costa, disse esta tarde deixar Haia "mais confiante" num acordo no Conselho Europeu desta semana sobre o plano de recuperação europeu, por ter sentido também "claramente" no seu homólogo holandês "uma grande vontade" num compromisso.

À saída de uma reunião com Mark Rutte, o principal rosto dos países 'frugais', cujas posições mais divergem das de Portugal em matéria orçamental, António Costa insistiu que "seria uma oportunidade perdida" os 27 não chegarem já a acordo na cimeira que tem início na sexta-feira em Bruxelas, e reforçou que todas as partes devem ceder para ser possível um compromisso, estando disposto a fazer a sua parte, desde que países como a Holanda também cedam.

Para António Costa, a proposta colocada sobre a mesa na passada sexta-feira pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, é um bom ponto de partida para um compromisso, e, escusando-se a revelar o teor da conversa com Rutte, adiantou que começou a conversa com o primeiro-ministro holandês precisamente com um 'convite' a um entendimento em torno da mesma.

A proposta de Charles Michel reduz o orçamento plurianual 2021-2027 para 1,07 biliões de euros, mas mantém o Fundo de Recuperação nos 750 mil milhões, assim como o equilíbrio entre subvenções e empréstimos, prevendo que dois terços (500 mil milhões de euros) sejam canalizados para os Estados-membros a fundo perdido e o restante (250 mil milhões) na forma de empréstimos. Para 'agradar' aos países frugais, entre outras medidas o presidente do Conselho Europeu propõe a manutenção dos polémicos 'rebates', os 'descontos' de que beneficiam grandes contribuintes líquidos, como Holanda.

"Eu comecei a conversa aqui a dizer que era muito simples o nosso entendimento: se o primeiro-ministro Rutte concordasse com a proposta do presidente Michel, eu concordava com a proposta do presidente Michel; se ele não concordasse com a proposta do presidente Michel, eu não concordava com a proposta do presidente Michel", disse.

"E o que é que eu quero dizer com isto? É porque eu só posso aceitar a redução que o presidente Michel propõe do montante global do próximo quadro financeiro, se o Mark Rutte aceitar o montante que está previsto para o Fundo de Recuperação. Eu só posso aceitar discutir que se mantenham os 'rebates' se não for posto em causa a manutenção do montante da coesão ou do segundo pilar da PAC (Política Agrícola Comum). Portanto, se ambos aceitarmos a proposto, ótimo. Se nenhum aceitar a proposto, péssimo.
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