Covid-19. TAP avança com "lay-off" para 90% dos trabalhadores

por RTP
As medidas entram em vigor a 2 de abril por um período de 30 dias, que pode vir a ser alargado. Foto: Rafael Marchante - Reuters

A TAP vai avançar com um processo de lay-off para 90% dos trabalhadores e com a redução do período normal de trabalho em 20% para os restantes trabalhadores, informou esta terça-feira a companhia aérea numa mensagem aos funcionários.

O grupo determinou "a suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores" e "uma redução do período normal de trabalho, em 20%, para os restantes 10% dos colaboradores", para fazer face ao impacto da pandemia de Covid-19, que inviabiliza quase toda a operação da transportadora aérea.

"As condições remuneratórias definidas contemplam o pagamento de 2/3 das remunerações fixas mensais para os colaboradores em suspensão temporária da prestação do trabalho e o pagamento de 80% da remuneração fixa mensal para os colaboradores em redução de horário de trabalho, porque estes continuam a trabalhar para assegurar a retoma", indicou a TAP. As medidas entram em vigor a 2 de abril por um período de 30 dias, que pode vir a ser alargado. A companhia aérea conta com perto de 11 mil trabalhadores.

Segundo a companhia aérea, os "administradores executivos e não executivos propuseram, de forma voluntária, uma redução maior da sua remuneração, no valor de 35%", ao abrigo destas medidas, que "impactam todos os colaboradores de forma transversal".

A transportadora garantiu ainda que "de acordo com a lei e independentemente da função ou cargo, os postos de trabalho estão garantidos, durante 60 dias, no fim do período da suspensão ou redução do horário de trabalho".

A TAP adiantou também que "todos os colaboradores serão informados individualmente, antes da implementação, sobre a modalidade que lhes será aplicada", destacando que "existem várias questões específicas sobre o detalhe do programa", e garantindo que "os recursos humanos da TAP estarão prontos para as responder nos diversos canais de comunicação existentes".
TAP mantém apenas cinco voos por semana
A TAP tinha anunciado também esta terça-feira que vai operar apenas cinco voos por semana entre 1 de abril e 4 de maio, entre Lisboa, Terceira, Ponta Delgada e Funchal. Segundo fonte oficial da transportadora, "todos os voos estão sujeitos a autorizações", sendo que se estas não forem concedidas podem mesmo ser cancelados.

Assim, a partir desta quarta-feira, a companhia aérea de bandeira irá apenas operar dois voos por semana entre Lisboa e Funchal, igual número de ligações entre a capital e Ponta Delgada e um voo semanal de Lisboa para a Terceira.

A companhia aérea "procurará ainda garantir pontualmente uma operação extraordinária, focada exclusivamente na missão específica de garantir voos de repatriamento e de transporte de carga humanitária".

No passado dia 19, a TAP já tinha anunciado que não iria renovar o contrato a prazo com 100 trabalhadores, que já foram notificados.
Governo apoia “forte recapitalização” da TAP
A administração da transportadora garantiu que, "ciente da atual situação e do contexto adverso, tudo fará para proteger os empregos, a saúde e a segurança da família TAP e que se mantém totalmente empenhada em assegurar a recuperação, a sustentabilidade e o futuro da companhia".

Hoje os sindicatos representantes dos trabalhadores da aviação, num comunicado conjunto, anunciaram que o Governo entende que a TAP "precisa de uma forte recapitalização e que existe disposição para a realizar".

Aos sindicatos foi "informado que a TAP será incluída no pacote de ajudas da União Europeia às companhias aéreas, e que está assumido também pelo Governo que a TAP SGPS precisa de uma forte recapitalização, e que existe disposição para a realizar", lê-se no comunicado.

c/ Lusa
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