Crescimento do PIB da Alemanha revisto em alta para 8,5% no 3.º trimestre

por Lusa

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha cresceu 8,5% no terceiro trimestre, mais 0,3 pontos que a estimativa inicial anunciada anteriormente, "compensando largamente" o mergulho da Primavera, anunciou hoje o instituto de estatística alemão (Destastis).

Com esta revisão conclui-se que a economia alemã beneficiou no terceiro trimestre ainda mais do que o anunciado do levantamento das restrições contra a pandemia da covid-19.

Na primeira estimativa de outubro, o Destatis tinha estimado a recuperação do PIB em 8,2% entre julho e setembro.

Entre abril e junho, devido ao choque da pandemia da covid-19, a economia alemã mergulhou 9,8%.

Numa base anual, o PIB caiu 4% em dados corrigidos da inflação e de variações sazonais, em comparação com 4,3% na primeira estimativa.

No terceiro trimestre, a recuperação foi sustentada principalmente pelo consumo e pelo investimento, de acordo com o Destatis.

O consumo privado aumentou 10,8%, graças a uma redução temporária do IVA e à concessão de um bónus único de 300 euros por criança para todas as famílias, medidas decididas como parte de um vasto plano de recuperação em junho.

O consumo público também aumentou 0,8%, após um aumento de 2,2% no segundo trimestre, de acordo com o Destatis.

Os investimentos em equipamento aumentaram acentuadamente, em 16%, enquanto as exportações (+18,1%) e as importações (+9,1%) também subiram.

O comércio, os transportes e as atividades hoteleiras também recuperaram fortemente (+13,8%).

O setor da construção, que impulsiona regularmente o crescimento na Alemanha, caiu no entanto 2% num trimestre.

Mas agora, "o risco de uma nova recessão no último trimestre de 2020 é elevado devido às restrições", diz Jens-Oliver Niklash, analista da LBBW, citado pela AFP.

A Alemanha impôs novas medidas em novembro para travar a segunda vaga da pandemia, fechando os seus bares, restaurantes, locais de lazer e culturais.

Como resultado, o Governo alemão prevê um fraco crescimento de 0,4% no quarto trimestre.

A chanceler Angela Merkel deverá encontrar-se com os chefes dos Lander na quarta-feira para decidir como proceder com estas restrições, que poderiam "decidir as perceções de curto prazo da economia alemã", diz Carsten Brzeski, um analista do ING.

Berlim prevê uma recessão de 5,5% em 2020, antes de uma retoma da atividade de 4,4% em 2021 e de 2,5% em 2022, um regresso à dinâmica de "pré-crise".

 

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