Crise energia. França quer resposta europeia a preços e concertação nas ajudas

por Lusa

O ministro francês das Finanças pediu hoje um acordo para uma resposta europeia aos preços da energia e que a ajuda seja ajustada, para evitar uma "fragmentação" do mercado único e falta de concorrência leal na União Europeia.

Bruno Le Maire defendeu esta posição dias depois de a Alemanha ter anunciado um plano de 200.000 milhões de euros em subsídios para baixar a fatura energética das empresas e das famílias alemãs.

"É essencial que a ajuda financeira esteja focada (...), é essencial se queremos condições de concorrência leal entre os Estados-membros", disse Le Maire em declarações à imprensa no Luxemburgo, à chegada a uma reunião dos ministros da Economia da Zona Euro (Eurogrupo).

Sem responder diretamente à questão de saber se receia que a última iniciativa de Berlim fragmente o mercado único europeu, Le Maire tem insistido na necessidade de coordenação e concertação entre os Estados-Membros.

O ministro francês apontou ainda como princípio essencial a "solidariedade" entre os 27 Estados-membros, aplicando as lições aprendidas durante a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, e levantou a possibilidade de utilizar os créditos do fundo comum de recuperação para apoiar os mais vulneráveis no contexto energético.

Na opinião do governante francês, a União Europeia precisa de uma "estratégia económica global" baseada em respostas com maior "vontade, sobriedade e rapidez", porque o aumento dos preços da energia fóssil "é estrutural e não haverá retrocesso".

Por isso, Le Maire pediu mais predisposição à "sobriedade energética", maior unidade para que a ajuda seja bem "ajustada" às necessidades e para evitar distorções da concorrência, além de maior agilidade na tomada de decisões, dando como exemplo decidir "rapidamente separar o preço do gás do preço da eletricidade" para que a fatura seja "mais razoável".

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