Crise na fronteira entre Polónia e Bielorrússia está a afetar logística do comércio regional
Produtores russos e grandes marcas multinacionais partilham preocupações com as consequências económicas da crise migratória junto à fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia e pedem a intervenção do governo de Moscovo.
O impasse na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia está a provocar problemas de ordem logística aos produtores russos de alimentos e matérias-primas, que se queixam de fortes prejuízos e de estarem na iminência de serem obrigados a interromper o fornecimento.
O regime de Alexander Lukashenko é acusado por Bruxelas de estar a promover o acesso de migrantes oriundos maioritariamente de zonas de conflito no Médio Oriente, com o intuito de provocar uma crise migratória no bloco ocidental.
Com a exceção da Bielorrússia, o acesso da Rússia por via terrestre à sua região mais ocidental, Kaliningrad, só é possível atravessando países-membros da UE: Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia. A alternativa o Mar Báltico.
A agência Reuters refere a ocorrência frequente de filas com centenas de camiões de transportes em quatro dos seis grandes entrepostos fronteiriços da Polónia com a Bielorrússia, devido às restrições impostas ao antigo país soviético na sequência do conflito entre a União Europeia e Minsk.
A mesma agência de notícias dá também conta de uma carta endereçada ao vice-primeiro-ministro russo, Andrey Belusov, por marcas multinacionais como a Mars, a Pepsi, a Danone, a Nestlé, a Coca Cola ou a Tetra Pak, pedindo a intervenção do governo de Moscovo neste conflito, argumentando que “a continuação da atual conjuntura poderá ter um impacto significativo no abastecimento de mercadorias ao público”, especialmente devido à elevada procura que se regista habitualmente nesta altura do ano.