Défice de 2018 revisto em baixa para 0,4% do PIB

por RTP
O défice situou-se em 0,8% do PIB no primeiro semestre deste ano Pedro A. Pina - RTP

O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu esta segunda-feira em baixa o défice orçamental de 2018, de 0,5% para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com a entidade, "na origem da ligeira redução esteve o agravamento do saldo negativo nas transações de bens e serviços com o exterior".

"A estimativa provisória para o ano de 2018 revela que o setor das AP [Administrações Públicas] apresentou uma necessidade líquida de financiamento de 910,9 milhões de euros, correspondente a 0,4% do PIB", avançou o INE.

Em março, este instituto tinha estimado um défice de 0,5% do PIB para 2018, de 912,8 milhões de euros.

Inicialmente, o Governo tinha como meta um saldo negativo de 0,7% do PIB para 2018.

Ainda de acordo com o INE, o défice situou-se em 0,8% do PIB no primeiro semestre deste ano, em contas nacionais, abaixo dos 2,2% registados no período homólogo, mas longe da meta para o conjunto do ano, de 0,2%.

"No conjunto do primeiro semestre de 2019, o saldo das AP totalizou -789,3 milhões de euros, correspondente a -0,8% do PIB (Produto Interno Bruto)", informou o Instituto Nacional de Estatística nas Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional.

O INE explica que, na comparação do primeiro semestre de 2019 com o mesmo período do ano anterior, "tanto o saldo em contabilidade nacional como o saldo em contabilidade pública registaram melhorias significativas".

Contudo, a principal rubrica a penalizar o saldo orçamental até junho foram as injeções de capital e assunção de dívidas.O valor do défice anunciado pelo INE vai ao encontro da previsão da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

"O valor de 2.015,7 milhões de euros registado em injeções de capital e assunção de dívidas foi, na sua quase totalidade, destinado a entidades do setor das AP, não afetando, por motivos de consolidação, o saldo das AP", indica o INE.

O instituto adianta que "as restantes diferenças estão associadas ao ajustamento da delimitação setorial do setor das AP ao nível das empresas públicas e ao ajustamento temporal de impostos e contribuições".

O instituto recorda que "os impostos e as contribuições sociais, na passagem de contabilidade pública a contabilidade nacional incluem um ajustamento temporal visando aproximar o respetivo momento de registo do período em que se verificou a atividade que gerou a obrigação de pagamento".

No primeiro trimestre deste ano, as AP tinham tido um excedente de 0,4% do PIB. O Governo tem uma meta de 0,2% para o défice no conjunto deste ano.

O INE destaca também que "a capacidade de financiamento das famílias recuou para 1,0% do PIB no 2º trimestre de 2019, menos 0,4 p.p. que no trimestre anterior. A taxa de poupança reduziu-se para 5,9% do Rendimento disponível, refletindo sobretudo o crescimento de 0,8% da Despesa de Consumo Final".

"A Poupança da economia e a Formação Bruta de Capital (FBC) registaram uma taxa de variação idêntica de 2,1% no ano terminado no 2º trimestre de 2019. O aumento da FBC foi particularmente expressivo no setor das Sociedades Não Financeiras em que a respetiva taxa de investimento atingiu 25,9%", acrescenta o Instituto Nacional de Estatística.
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