Empresa de Castelo Branco do setor do queijo investiu um milhão em nova fábrica

por Lusa

A Malpiagro, empresa detentora da marca Malpiqueijo, investiu cerca de um milhão de euros numa nova unidade em Castelo Branco, o que lhe vai permitir terminar o ano com uma produção a rondar as 100 toneladas de queijo.

À agência Lusa, um dos responsáveis da empresa, Nuno Ribeiro, explicou que a Malpiagro foi constituída em 2008, depois de cerca de 40 anos a laborar em Malpica do Tejo (Castelo Branco).

"Trata-se de uma empresa familiar que foi iniciada, em nome individual, pelo meu pai. Iniciou a vida nos queijos. Sempre produzimos queijo de ovelha, queijo de cabra e de mistura de ovelha e cabra, só com leites da região [Castelo Branco]. Isso acontece ainda hoje. Só trabalhamos com leites da região, de cabra e de ovelha", disse.

Nuno Ribeiro referiu que há cerca de dois anos decidiram investir cerca de um milhão de euros numa nova unidade fabril, na Zona Industrial de Castelo Branco, onde estão atualmente a laborar desde o início do ano.

"Decidimos fazer um investimento na Zona Industrial de Castelo Branco, em plena pandemia [covid-19]. Foi difícil. Mas teve um bom sabor, porque foi numa época complicada. Foi muito difícil no ano de 2020 fazer o investimento e concretizar a obra. Depois, iniciámos [a laboração] em janeiro de 2021", frisou.

Segundo este responsável, os clientes da Malpiagro têm vindo a crescer, sobretudo devido à política comercial de proximidade aplicada pela empresa.

"Só vendemos para o pequeno retalho, para o pequeno comércio (local), a nível nacional. Mas, colocamos mais a ênfase, sempre, no interior", sublinhou.

Nuno Ribeiro realçou que a empresa tem sofrido uma grande expansão nos últimos anos.

"Temos tido uma expansão muito grande desde há uns anos para cá de cerca de 30 a 40% no aumento das vendas e da produção. Este ano, vamos terminar a produção em cerca de 100 toneladas de queijo puro de ovelha, puro de cabra e de mistura de ovelha e cabra", sustentou.

A exportação representa apenas entre 05 e 10% do volume de negócio da empresa, cujo valor anual ronda o milhão de euros.

"Nós desde há uns anos exportamos alguma coisa, sobretudo para França, Luxemburgo e Espanha. Basicamente é isso. Também já o fizemos para Angola, mas depois a situação económica deles complicou-se e deixámos de o fazer", disse.

Em termos de futuro, Nuno Ribeiro referiu que a curto prazo não haverá investimentos ao nível da expansão física da empresa, mas vão investir na parte comercial.

"A curto prazo não haverá outros investimentos, exceto pequenas obras a fazer. Estamos sempre em atualização. Para expansão da empresa, não. Estamos a investir na parte comercial. Abrimos uma pequena base logística no MARL [Mercado Abastecedor da Região De Lisboa]. É um projeto muito recente, tem cerca de três meses", sustentou.

A marca Malpiqueijo foi premiada recentemente por um dos mais importantes selos de qualidade mundial, os `World Cheese Awards`, com ouro, prata e bronze em três segmentos distintos, entre mais de 4.000 queijos provenientes de 40 países.

Segundo Nuno Ribeiro, foi a primeira vez que a empresa se submeteu a concurso e fê-lo "mais por insistência dos clientes".

"Este prémio representa o reconhecimento de todo o esforço e do trabalho árduo deste tipo de atividade. É um trabalho inesgotável. Nós trabalhamos com um produto inacabado, um produto que está sempre em transformação. O queijo, em fábrica, nunca é um produto acabado. Não é um parafuso. Tem que ser sempre tratado", concluiu.

O queijo curado de ovelha e cabra venceu o ouro, queijo curado de ovelha foi premiado com medalha de prata e o queijo curado de ovelha "amanteigado" com a medalha de bronze.

O `World Cheese Awards` é um dos maiores eventos internacionais na área dos queijos, sendo uma referência à escala global para fabricantes, retalhistas, compradores, consumidores e avaliadores de todo o mundo.

O evento deste ano realizou-se em Oviedo (Espanha).

 

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