Empresa do Fundão com 300 trabalhadores suspende laboração por precaução

por Lusa

A J3LP, empresa de polimentos do Fundão, distrito de Castelo Branco, decidiu hoje suspender a laboração por um período mínimo de 15 dias, como medida de antecipação para a proteção de trabalhadores, familiares e fornecedores.

Em declarações à agência Lusa, o diretor-geral desta empresa, Paulo Nobre, garantiu que a J3LP não tem qualquer suspeita de infeção, mas que decidiu tomar esta medida "precisamente" para evitar que isso aconteça, para proteger os trabalhadores e para ajudar a evitar a propagação da pandemia.

"Quisemos agir antes que o problema nos batesse à porta. As nossas principais mais-valias são os nossos funcionários. É com eles que contamos, com eles e com a família, e não queremos que nada lhes aconteça e, como tal, antecipámos eventuais problemas", afirmou.

Paulo Nobre explicou ainda que a empresa que trabalha na área dos polimentos, peças metálicas e artigos de luxo, não estava a enfrentar problemas ao nível das encomendas ou da compra de matéria-prima, antes pelo contrário.

Segundo referiu, a empresa está com um caderno de encomendas asseguradas até ao mês de julho mas que, ainda assim, preferiu tomar "esta decisão difícil" para poder resguardar os 303 trabalhadores e uma situação que pudesse envolver muito mais pessoas.

"Sabemos que o pico ainda está para vir e temos 303 funcionários, número que poderá chegar às mil pessoas se pensarmos nas respetivas famílias. Ou seja, mais cedo ou mais tarde poderíamos ter aqui uma situação que se poderia alastrar na fábrica e no concelho e não queremos que isso aconteça", frisou.

Este responsável sublinhou a importância de se tomarem "decisões atempadamente" e garantiu ainda que a J3LP vai assegurar os ordenados dos trabalhadores até ao final do mês.

A empresa ainda não determinou o que irá fazer depois disso, mas, caso a suspensão tenha de se prolongar por mais tempo, irá analisar as possibilidades e o eventual recurso a medidas e programas de apoio.

Paulo Nobre avançou ainda que esta suspensão foi explicada aos clientes, mas que, ainda assim, terá um impacto na faturação de cerca de 400 mil euros.

"É um valor muito significativo, mas que preferimos perder agora do que vê-lo aumentar no futuro. Depois esperamos poder compensar", disse.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.

Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.

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