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Entrevista RTP. A tempestade não passou mas ministro das Finanças mantém intenção de aumentar salário mínimo "com significado"

por RTP
Lusa

Na Grande Entrevista da RTP, o ministro das Finanças manifestou confiança de que o orçamento do Estado vai ser aprovado já que as reuniões com os partidos à esquerda têm corrido de forma positiva. João Leão admitiu nesta conversa que o desemprego vai manter-se elevado, com uma taxa a rondar os 10 por cento este ano e no próximo, e defendeu um aumento do salário mínimo nacional "com significado" após negociação na Concertação Social.

"A nossa intenção é, no próximo ano prosseguir com o diálogo que tem de ser feito na Concertação Social, com o aumento do salário mínimo e que haja um aumento com significado", disse o ministro na Grande Entrevista da RTP3.
João Leão está consciente de que "houve setores muito afetados" pela pandemia  e que há "muitos trabalhadores" a ganhar o salário mínimo, atualmente de 635 euros, mas o Governo entende que "deve haver margem" para aumentar a remuneração mínima.

Quando questionado sobre se esse aumento em 2021 pode estar ao nível do que foi aplicado este anos - 35 euros - o ministro das Finanças frisou que "o mundo mudou" com a pandemia pelo que se torna essencial avaliar a situação das empresas.

Já sobre os salários da administração pública, João Leão afirmou que em 2021 haverá uma subida superior a 2% da massa salarial devido às progressões e à recuperação do tempo de serviço dos professores e das carreiras especiais.

Sobre a situação atual, o João Leão foi muito claro ao afirmar que o "pior ainda não passou" apesar de admitir que no terceiro trimestre "houve sinais de recuperação" acima do esperado. A receita do IRS de agosto, após quedas acentuadas em meses anteriores, teve um aumento homólogo de 7%, uma subida que corrigida de efeitos extraordinários foi de 1%.
Apesar dos sinais positivos no terceiro trimestre, o ministro admitiu ser possível "que o quarto trimestre não seja tão bom" como previsto pelo Governo.

A taxa de desemprego em 2020 e 2021 deve ficar próximo de "9 ou 10%", sendo que as estimativas para 2021 são ainda "incertas", disse.
João Leão disse ainda que o Executivo mantém a previsão de que o défice orçamental deve ficar em 7% este ano.

Já sobre as negociações no Parlamento para a aprovação do Orçamento do Estado, João Leão mostrou-se otimista ao afirmar que "estão a correr bastante bem", mostrando-se convicto de que a proposta orçamental será aprovada na Assembleia da República "com o mesmo tipo de apoio dos cinco anos anteriores". 
Questionado sobre o Novo Banco, o ministro das Finanças não quis revelar se a verba para a instituição bancária será inscrita no  orçamento do Estado para o próximo ano.
Afirmou ainda que uma das prioridades do Orçamento do Estado é aumentar a confiança de famílias e empresas e garantiu que não haverá aumento de impostos.

Veja aqui a reportagem RTP sobre a entrevista

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