"Está tudo a funcionar muito bem em Angola" - Líder do BPI

por Lusa

Lisboa, 25 jul (Lusa) - O presidente executivo do Banco BPI, Pablo Forero, garantiu hoje que a operação do Banco de Fomento Angola (BFA) está a correr "muito bem" e que a entidade angolana continua a produzir lucros significativos para o banco português.

"Em respeito a Angola não temos nenhuma novidade. Temos 48% do BFA e está tudo a funcionar muito bem. Temos a recomendação do BCE [Banco Central Europeu] para que, quando seja possível, reduzir mais um pouco a posição em Angola. Mas não é uma prioridade", afirmou em conferência de imprensa o gestor espanhol, que subsititui Fernando Ulrich no cargo.

Forero admitiu ainda que a redução da posição do BPI no banco angolano "a longo prazo pode ser uma possibilidade", reforçando que não é algo que esteja já a ser preparado.

Questionado para o contributo que o BFA deu para os resultados semestrais do BPI, marcados pelo prejuízo de 102 milhões de euros devido a itens extraordinários, o responsável salientou que o mesmo ascendeu a metade dos 188 milhões de euros de lucro recorrente, ou seja, 94 milhões de euros, mais 20 milhões de euros do que em igual período do ano passado.

De resto, Forero revelou que o BPI recebeu os dividendos de 2014 e de 2015 do BFA em janeiro deste ano.

A venda parcial do BFA à Unitel (detida pela empresária angolana Isabel dos Santos) foi concretizada em janeiro e foi a maneira de o BPI cumprir a exigência do BCE de reduzir a exposição a Angola, onde Frankfurt considera que a supervisão não é equivalente à europeia.

Quanto à operação em Moçambique, onde o BPI detém em conjunto com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) o BCI, o responsável garantiu que se trata de uma aposta de longo prazo e que o banco africano, apesar de ter tido um resultado semestral, não teve qualquer contributo para o resultado do BPI no primeiro semestre.

E acrescentou: "Estamos há muitos anos em Moçambique. Em tempos bons e tempos maus. É um bom investimento. É o líder da banca em Moçambique e é uma operação de longo prazo".

Paralelamente, face às perguntas dos jornalistas sobre a parceria no mercado português com a seguradora alemã Allianz, Forero garantiu que "não há nenhuma mudança", depois de o CaixaBank ter passado a controlar 85% do capital do BPI.

O Banco BPI, desde início deste ano detido maioritariamente pelo grupo espanhol CaixaBank, apresentou hoje prejuízos de 102 milhões de euros entre janeiro e junho, que compara com o lucro de 106 milhões de euros obtido em igual período do ano passado.

O banco explicou o prejuízo com o impacto da mudança de tratamento contabilístico da participação de 48% no Banco de Fomento Angola (BFA), resultante da venda parcial feita no primeiro trimestre, que teve um peso de 212 milhões de euros após impostos, e do custo de 106 milhões de euros com o programa de rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas.

Já excluindo estes fatores extraordinários, o BPI teve resultados recorrentes de 188 milhões de euros no primeiro semestre, mais 82 milhões do que no mesmo período de 2016.

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