Estado em tempo de pedir contas aos bancos

por Maria Nobre, Miguel Teixeira

É o fim das ajudas do Estado à banca. O Novo Banco reembolsou 1.500 milhões de euros, a última emissão com garantia estatal, uma semana depois de o BCP ter pago o que faltava do empréstimo que tinha pedido ao Estado.

Com a crise financeira, o Estado foi chamado a ajudar os principais bancos. Emprestou dinheiro que, se não fosse devolvido, se transformava em capital. Ou seja, se os bancos não pagassem, o Estado ficava como acionista.

O BCP contraiu o empréstimo mais elevado: 3.000 milhões de euros.
O BPI pediu emprestados 1.500 milhões, e foi o primeiro a pagar o que devia. A Caixa Geral de Depósitos recebeu 900 milhões de euros. O extinto Banif pediu 400 milhões.

Contas redondas, o Estado gastou 5.800 milhões de euros com a banca. Recuperou quase todo o dinheiro investido. Faltaram apenas 125 milhões de euros, que o Banif nunca chegou a devolver.

Ainda assim, com o dinheiro emprestado, o Estado arrecadou mais de 1.200 milhões com juros. Mas houve também sacrifício dos contribuintes. Neste momento estão emprestados ao fundo de resolução 3.900 milhões de euros que serviram para recapitalizar o Novo Banco e que o Estado não verá tão depressa.

Há também avultadas perdas com bancos que caíram. A fatura do BPN pesa mais de 5.400 milhões de euros e a do Banif mais de 2.500 milhões de euros.

pub