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Estimativa do INE. Economia portuguesa cresceu 2,1% em 2018

por Carlos Santos Neves - RTP
A progressão da economia do país em 2018 fica também abaixo do comportamento do ano anterior, quando se registou uma subida de 2,8 por cento Rafael Marchante - Reuters

O Produto Interno Bruto português cresceu, no ano passado, 2,1 por cento, avançou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística. A estimativa rápida das contas nacionais no conjunto de 2018 fica aquém dos 2,3 por cento calculados pelo Governo.

Este desempenho, lê-se no destaque do INE, “resultou do contributo mais negativo da procura externa líquida, verificando-se uma desaceleração das Exportações de Bens e Serviços mais acentuada que a das Importações de Bens e Serviços”.

Outro fator foi o “contributo positivo menos intenso da procura interna, refletindo o crescimento menos acentuado do Investimento”.A expansão da economia em 2018 fica também abaixo do comportamento do ano anterior, quando se registou uma subida de 2,8 por cento.

No quarto trimestre de 2018, em termos homólogos, o PIB aumentou em volume 1,7 por cento, contra os 2,1 dos três meses anteriores.

A procura externa líquida teve “um contributo para a variação homóloga do PIB mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo uma diminuição em volume das exportações de bens”.

“Em sentido contrário, o contributo positivo da procura interna aumentou, em resultado da aceleração do Investimento e do consumo privado”, acrescenta o Instituto.

Do terceiro para o quarto trimestre de 2018, a economia cresceu 0,4 por cento. Neste caso, “o contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foi menos negativo”. Por outro lado, “o contributo positivo da procura interna” manteve-se positivo, “mas inferior ao observado no terceiro trimestre”.

A estimativa rápida do INE iguala a previsão da Comissão Europeia para o crescimento da economia portuguesa no conjunto de 2018. Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e o Fundo Monetário Internacional preveem uma progressão de 2,2 por cento.

“Convergência com a Europa”
Em nota enviada às redações, o Ministério das Finanças lê nos números do Instituto Nacional de Estatística a preservação da “trajetória de convergência com a Europa”.

“A economia portuguesa cresce há 21 trimestres consecutivos”, assinala o gabinete de Mário Centeno, para destacar ainda que o PIB cresceu três décimas acima da Zona Euro, “convergindo” com o bloco da moeda única “em dois anos consecutivos, o que acontece pela primeira vez nos últimos 20 anos”.

Por sua vez, o ministro da Economia sugeriu que a greve dos estivadores possa ter ditado o crescimento abaixo da meta inscrita no Orçamento do Estado.

“É possível que uma parte da explicação esteja no comportamento das exportações no final do ano, devido à greve dos estivadores no Porto de Setúbal que teve um impacto nos meses de novembro e dezembro”, argumentou Pedro Siza Vieira em conferência de imprensa.

O governante salientou ainda que, “para os próximos tempos, todas as instituições continuam a projetar um crescimento da economia portuguesa acima da média da Zona Euro e isso assenta também num comportamento muito dinâmico do investimento empresarial privado, quer nacional quer estrangeiro, que é também um sinal de confiança na capacidade da economia”.

O Instituto Nacional de Estatística vai divulgar a 28 de fevereiro os resultados correntes das Contas Nacionais Trimestrais do quarto trimestre do ano passado.
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