Eurostat: Capitalização da CGD eleva défice português para 2.º maior da UE em 2017

por Lusa
Rafael Marchante - Reuters

Portugal teve, em 2017, o segundo maior défice orçamental da União Europeia (UE), de 3% do PIB, devido ao impacto da capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, apenas Espanha (3,1%) teve um défice superior ao de Portugal, apresentando ambos valores acima do limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na zona euro, o saldo orçamental negativo recuou, em 2017, para 0,9% (1,5% no ano anterior) e na UE baixou para os 1,0% do PIB, face aos 1,6% homólogos.

No ano passado, 12 Estados-membros apresentaram excedentes orçamentais: Malta (3,9% do PIB), República Checa (1,6%), Luxemburgo (1,5%), Suécia e Alemanha (1,3% cada), Holanda (1,1%), Bulgária (0,9%), Grécia e Croácia (0,8% cada) e a Lituânia (0,5%).

Na Eslovénia, registou-se um saldo orçamental equilibrado.

Os défices orçamentais mais baixos foram registados na Irlanda, Estónia (0,3% cada), Letónia (0,5%) e Finlândia (0,6%).

Em Portugal, o défice orçamental de 2017 ficou nos 3% do PIB, incluindo a recapitalização da CGD, mas teria sido de 0,9% sem esta operação.

Segundo a primeira notificação de 2018, remetida, em 26 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao Eurostat, o défice das Administrações Públicas atingiu 5.709,4 milhões de euros, o que correspondeu a 3% do PIB, acima do saldo negativo de 2% registado em 2016.

"Este resultado inclui o impacto da operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), no montante de 3.944 milhões de euros, que determinou um agravamento da necessidade de financiamento das Administrações Públicas em 2% do PIB", afirmou, então, o INE.
Portugal mantém 3.ª maior dívida da UE
Portugal mantém a terceira maior dívida pública da União Europeia (UE), apesar de esta ter baixado, em 2017, para os 125,7% do PIB, face ao ano anterior, segundo o Eurostat.

De acordo com a primeira notificação para 2017, a dívida pública da zona euro recuou para os 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB), face aos 89,0% homólogos, e a da UE baixou para os 81,9% (contra 83,3%), sendo a terceira quebra homóloga consecutiva em ambas as zonas.

Segundo o gabinete de estatísticas da UE, 15 Estados-membros apresentaram uma dívida pública superior aos 60%, tendo as mais elevadas sido registadas na Grécia (178,6% do PIB), em Itália (131,8%), em Portugal (125,7% - um recuo face aos 129,9% de 2016), na Bélgica (103,1%) e em Espanha (96,3%).

Os menores rácios da dívida em função do PIB foram observados na Estónia (9,0%), no Luxemburgo (23,0%), na Bulgária (25,4%), na República Checa (34,6%), na Roménia (35,0%) e na Dinamarca (36,4%).

 

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