FMI corrige em alta crescimento da economia portuguesa

por Carlos Santos Neves - RTP
As estimativas da instituição agora encabeçada por Kristalina Georgieva estão no World Economic Outlook Yuri Gripas - Reuters

No World Economic Outlook, publicado esta terça-feira, o Fundo Monetário Internacional antevê para o Produto Interno Bruto português crescimentos de 1,9 e 1,6 por cento em 2019 e 2020, respetivamente. Revê assim em alta de 0,2 pontos percentuais o cálculo libertado no passado mês de junho.

Para este ano, a previsão do FMI iguala as contas do Governo. Já para 2020, o Fundo mostra-se menos otimista do que o Executivo de António Costa, cuja expectativa é a de um crescimento económico de 1,9 por cento, tal como em 2019, de resto.O Governo prevê para este ano um défice das contas públicas de 0,2 por cento do PIB, abaixo dos 0,5 por cento de 2018.

Do World Economic Outlook sobressai também a previsão de uma descida da taxa de desemprego para os 6,1 por cento em 2019, contra os 6,2 da estimativa de junho. Em 2020, deverá ser de 5,6 por cento, uma décima abaixo da anterior previsão. O Governo prevê, respetivamente, taxas de 6,6 e 6,3 por cento.

Quanto ao défice da balança corrente, o Fundo Monetário Internacional antecipa 0,6 por cento do PIB este ano e 0,7 em 2020. Conserva, deste modo, a estimativa para 2019. Por outro lado, piora a previsão para 2020 em duas décimas.

O Fundo acertou agora em baixa, para os três por cento, a previsão de crescimento da economia mundial em 2019. São menos três décimas por comparação com a previsão anterior. Em 2020, o crescimento deverá ser de 3,4 por cento, numa revisão que retira duas décimas aos números de há quatro meses.
Cenário piora para a Zona Euro
Quanto ao bloco da moeda única, o FMI revê em baixa de 0,1 pontos percentuais as previsões de crescimento para este ano e 2020: 1,2 e 1,4 por cento, respetivamente. Este acerto deve-se à desaceleração das exportações, mas sobretudo ao quadro de indefinição do processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

O PIB da Zona Euro mostrou uma progressão mais robusta na primeira metade do ano, face ao segundo semestre de 2018, anota o Fundo. Contudo, o recuo da economia alemã no segundo trimestre, a par da quebra da atividade industrial e do desempenho mais apagado das exportações, impactaram o comportamento da economia do conjunto dos países da moeda única.

O FMI corrige em baixa ligeira, neste Word Economic Outlook, as estimativas de crescimento económico do eixo franco-alemão: 0,5 e 1,2 por cento para a Alemanha em 2019 e 2020; 1,2 e 1,3 por cento para França.

As revisões em baixa estendem-se ainda a Itália e a Espanha. No primeiro caso, o Fundo espera uma estagnação em 0,0 por cento para este ano e um crescimento de 0,5 por cento em 2020. Para os espanhóis são reservadas estimativas de crescimento de 2,2 por cento em 2019 e de 1,8 em 2020.

c/ agências
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