O Fundo Monetário Internacional (FMI), que publica na segunda-feira novas previsões de crescimento mundial, considerou hoje que ainda é cedo para avaliar com precisão o impacto económico do "shutdown" nos Estados Unidos e dos "coletes amarelos" em França.
"Quanto mais durar, mais significativo será o efeito", afirmou o porta-voz do FMI, Gerry Rice, sobre o encerramento parcial da administração federal norte-americana ("shutdown"), que dura há quase um mês e que já é o mais longo da história dos Estados Unidos.
Sobre o movimento de contestação social dos "coletes amarelos" em França, que tem agitado o país há dois meses, Rice traçou um paralelo com a situação norte-americana: "de certa forma, é como o `shutdown`, ainda é muito cedo para fazer uma estimativa do impacto económico".
Nos dois casos, o porta-voz disse que o FMI teve em conta os riscos políticos, o mesmo acontecendo em relação às dificuldades para encontrar um consenso sobre a saída britânica da União Europeia (`Brexit`), nas previsões de crescimento mundial que serão divulgadas na segunda-feira.
Gerry Rice afirmou que o FMI considera que "sair da União Europeia sem um acordo e um quadro de futuras relações representa o maior risco a curto prazo para a economia britânica".
Na terça-feira, o parlamento britânico rejeitou por uma margem muito ampla o acordo alcançado entre Londres e Bruxelas sobre os termos do `Brexit`.
Em outubro, o FMI reviu em baixa as previsões de crescimento mundial para 3,7% em 2018 e 2019, contra os 3,9% que indicara anteriormente. Depois, sugeriu que poderia fazer uma nova revisão em baixa atendendo à acumulação de riscos.