Função Pública. Frente Comum abandona negociações

por RTP

O Governo voltou hoje a reunir-se como os sindicatos da Função Pública. Ana Avoila, da Frente Comum abandonou as negociações ao rejeitar sentar-se à mesa com o secretário de Estado da Administração Pública. A sindicalista afirma que o “Governo fez um simulacro de negociação” e promete uma “resposta forte”.

De acordo com o que relatou aos jornalistas a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila, a comitiva sindical aguardou a chegada do secretário de Estado da Administração Pública, José Couto, entregou um documento a exigir 90 euros de aumento salarial e abandonou a sala.

Foi a segunda vez, numa semana, que a Frente Comum abandonou as negociações com o Governo. Na passada segunda-feira, fê-lo perante a recusa do executivo de discutir os aumentos salariais.

Esta sexta-feira, antes de se sentar à mesa de negociações, Ana Avoila afirmou que a Frente Comum não “concorda com a forma como o Governo fez este simulacro de negociação”.Num documento entregue aos jornalistas, a Frente Comum afirma que se trata de “um ultraje, considerar-se aumento 0,3 por cento” e dá o exemplo de “quem ganha 635 euros por mês irá ganhar oito cêntimos por dia”.

“Enviou uma convocatória impondo o calendário de duas reuniões. E dá-se logo ao luxo de ser ele a marcar a negociação suplementar. Nós não aceitamos intromissões nos direitos que são dos sindicatos”, acrescentou.

O argumento de que "não há dinheiro" não convence a Frente Comum, que fala em "opções políticas".

A sindicalista realçou, ainda, que a proposta apresentada pelo Governo para aumentar os funcionários públicos com base na inflação observada até novembro de 2019 (0,3 por cento) é “um insulto, não valendo portanto a pena ter qualquer tipo de discussão”.

"Não nos passava pela cabeça que o Governo tivesse a desfaçatez de apresentar uma proposta destas", disse Ana Avoila, referindo que a proposta apresentada pelo executivo de António Costa representa no melhor dos cenários um aumento de seis cêntimos por dia para os assistentes operacionais, nove para administrativos e 12 para técnicos superiores.
“Não faz sentido para nós estarmos a negociação suplementar sabendo as intenções do Governo tem para os trabalhadores da Administração Pública”.

A sindicalista garantiu que questionou o secretário de Estado do Orçamento “mais de seis vezes” se haveria possibilidade para alterar a proposta apresentada na quarta-feira.

A Frente Comum está agora a discutir “uma proposta de luta que vai ser aprovada no dia 19”.

“Isto tem de ter uma resposta forte, os trabalhadores têm de se mobilizar e temos de tentar alterar este estado de coisas”, enfatizou.

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