Foto: Hugo Correia, Reuters
A legislação determina que o financiamento das greves deve vir de fundos dos sindicatos que as convocam. O problema é que a maioria dos sindicatos não consegue juntar esses fundos e, por isso, nos períodos de greve os trabalhadores não têm qualquer remuneração.
As greves dos estivadores e o sector portuário em geral, a par com as greves dos pilotos da TAP, a dos magistrados do Ministério Público, a dos maniquistas da CP - são raridades no panorama sindical português, prolongadas no tempo devido aos fundos de greve constituídos.
Mas segundo a investigadora Raquel Varela, sempre existiram ao longo da história.
Em Portugal, o crowdfunding para financiar uma greve é pouco conhecido.
A lei considera uma ingerência inadmissível que os trabalhadores aderentes vejam compensados os salários que perderam através da utilização de um fundo que não foi constituído, nem é gerido pelos sindicatos que decretaram a greve.
Raquel Varela dá o nome de fundo de solidariedade ao formato escolhido pelos enfermeiros. E deixa como investigadora o alerta: os sindicatos devem fazer um
esforço por se manter independentes, seja de governo seja de estruturas
empresariais.
Fundos públicos com doações anónimas podem mesmo vir a ser a tendência de futuro.