Greve de motoristas. Reunião entre sindicatos, patrões e Governo define serviços mínimos

por RTP
Carlos Barroso - Lusa

Já terminou a reunião desta terça-feira entre o ministro e o secretário de Estado das Infraestruturas, a ANTRAM e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas. Segundo a Associação de Transportes Públicos Rodoviários, a reunião serviu para definir e clarificar como vão ser aplicados os serviços mínimos.

O braço de ferro continua por tempo indeterminado. O encontro desta terça-feira serviu para definir como aplicar os serviços mínimos ao longo dos próximos dias, ou seja, aqueles que "estão claramente escritos na requisição civil", segundo o presidente da ANTRAM.

A associação que representa o patronato diz que está disposta a negociar com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) mas fora do contexto de greve, de forma a não estar sob "pressão", afirmou Gustavo Paulo Duarte, presidente da ANTRAM,



Ainda de acordo com a ANTRAM, que foi a primeira a falar à saída da reunião desta noite, os trabalhadores têm direito a fazer greve, mas não podem prejudicar "quem quer trabalhar".

Os patrões lembram ainda que esta paralisação acontece numa altura de férias de Páscoa para muitos portugueses e que isso pode "danificar a imagem" de toda a classe.

Na reunião de hoje para resolver o impasse quanto à greve dos motoristas de matérias perigosas estiveram presentes o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, do lado do Governo.

O vice-presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Henriques, que também esteve neste encontro, garantiu que os serviços mínimos vão ser cumpridos, explicando que entidades como aeroportos, hospitais e serviços de segurança terão 100% de abastecimento, ou seja, não terão quaisquer restrições.

Nas bombas para o abastecimento de combustível civil estão garantidos 30% dos serviços. O responsável do sindicato prevê que haja dificuldades de abastecimento sobretudo fora dos principais centros urbanos.
"Situação de alerta"

A greve dos motoristas de matérias perigosas começou às 00h00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Os ministros da Administração Interna e do Ambiente e da Transição Energética declararam hoje ao início da noite "situação de alerta" devido à greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, implementando medidas excecionais para garantir os abastecimentos.

Esta situação de alerta para o período compreendido entre esta terça-feira e até às 23h59 do dia 21 de abril, segundo uma nota do Governo.

O documento, a que a agência Lusa teve acesso, determina a "elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte das forças e serviços de segurança e de todos os agentes de proteção civil, com reforço de meios para operações de patrulhamento e escolta que permitam garantir a concretização das operações de abastecimento de combustíveis, bem como a respetiva segurança de pessoas e bens".

A nota refere que o Governo também determina a "declaração de reconhecimento de crise energética, que acautele de imediato níveis mínimos nos postos de abastecimento, de forma a garantir o abastecimento de serviços essenciais, designadamente para forças e serviços de segurança, assim como emergência médica, proteção e socorro".

c/ Lusa
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