Durou pouco a aparência de polidez entre Estados Unidos e China, ensaiada na recente reunião por videoconferência entre os presidentes Joe Biden e Xi Jinping. Depois de a Administração norte-americana ter inscrito mais empresas chinesas na sua lista negra comercial, Pequim deixou já esta quinta-feira um aviso: reserva-se o direito de responder à letra.
Já o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, veio garantir que o país dará todos os passos necessários para defender as suas empresas, reservando-se o direito de aplicar contra-medidas.
Estas últimas sanções de assinatura norte-americana não são alheias à crescente tensão entre os dois países a propósito do estatuto de Taiwan. Esta foi, de resto, a questão mais tensa na recente conversa online entre os líderes dos dois países.Ao todo, a Administração Biden acrescentou 27 entidades à sua lista negra comercial, mas nem todas com sede na China. Há também nomes do Japão, do Paquistão e de Singapura.
Washington alega que as entidades paquistanesas e chinesas foram adicionadas à lista do Departamento do Comércio por terem contribuído par o programa de mísseis balísticos e demais atividades nucleares de Islamabad.
Em comunicado, a secretária norte-americana do Comércio, Gina Raimondo, sustenta que a atualização da lista visa sobretudo proteger tecnologias dos Estados Unidos face ao desenvolvimento, por parte de chineses e russos, de “avanços militares”.
Oito entidades chinesas na lista negra
Segundo o Departamento do Comércio norte-americano, a Hangzhou Zhongke Microelectronics Co Ltd, a Hunan Goke Microelectronics, a New H3C Semiconductor Technologies Co Ltd, a Xi'an Aerospace Huaxun Technology e a Yunchip Microelectronics passam a integrar a lista de sanções por alegado “apoio à modernização militar do Exército de Libertação do Povo.
São ainda acrescentados o Laboratório Nacional Hefei para Ciências Físicas em Microescala, a QuantumCTek e a ShanghaiQuantumCTeck Co Ltd – “por adquirirem e tentarem adquirir itens com origem nos Estados Unidos em apoio de aplicações militares”.
Na prática, a Administração norte-americana visa atrasar os esforços das estruturas militares da China para desenvolverem a sua tecnologia militar, a começar por radares avançados e aplicações contra submarinos, tais como sensores subaquáticos. Procura-se ainda bloquear a utilização de material dos Estados Unidos na desencriptação de comunicações, ou o desenvolvimento de novas ferramentas de encriptação.
Também o moscovita Instituto de Física e Tecnologia integra agora a lista norte-americana. Sem quaisquer detalhes de fundo sobre a razão para tal, além da vaga referência à produção de meios militares.
c/ agências