Os Estados Unidos e a China retomaram esta terça-feira as negociações comerciais. Donald Trump já se pronunciou no Twitter sobre o encontro, acusando a China de "mudar sempre o que foi acordado para seu benefício". O Presidente norte-americano ameaça que, caso a China continue a dificultar as negociações, "o acordo será muito mais difícil do que aquele que estamos a negociar agora".
Donald Trump já se pronunciou sobre o frente a frente das duas potências, acusando a China de “mudar sempre o que foi acordado para seu benefícios”.
China is doing very badly, worst year in 27 - was supposed to start buying our agricultural product now - no signs that they are doing so. That is the problem with China, they just don’t come through. Our Economy has become MUCH larger than the Chinese Economy is last 3 years....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 30 de julho de 2019
A reunião decorre em Xangai e junta o representante do comércio e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Robert Lighthizer e Steven Mnuchin, respetivamente, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.
A retomada das negociações ocorre após os líderes norte-americano e chinês, Donald Trump e Xi Jinping, terem negociado um segundo período de tréguas na guerra comercial durante a cimeira do G20 que decorreu em junho no Japão.
O primeiro colapsou após Trump ter subido as taxas alfandegárias sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (178 mil milhões de euros) de bens importados da China, acusando Pequim de recuar em compromissos feitos anteriormente.
“Acordo muito mais difícil"
O Presidente dos Estados Unidos acredita que a China está a tentar ganhar tempo até às eleições presidenciais de 2020, na esperança de uma eventual derrota do líder republicano. Trump alega que caso seja derrotado pelo seu adversário democrata, Joe Biden, a China poderia obter um “ótimo acordo e continuar a enganar os EUA, ainda melhor do que nunca”.
...to ripoff the USA, even bigger and better than ever before. The problem with them waiting, however, is that if & when I win, the deal that they get will be much tougher than what we are negotiating now...or no deal at all. We have all the cards, our past leaders never got it!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 30 de julho de 2019
O líder norte-americano deixa, no entanto, uma ameaça: “O problema de eles [China] estarem a esperar é que, se eu ganhar, o acordo que eles vão ter será muito mais difícil do que aquele que estamos a negociar agora…ou mesmo nenhum acordo. Nós temos todas as cartas e os nossos líderes anteriores nunca as tiveram!”.
“Tratar a China com todo o respeito”
Desde que as duas potências acordaram um segundo período de tréguas, Washington e Pequim não parecem caminhar em direção a um acordo.
No fim de semana passado, Donald Trump ameaçou denunciar o estatuto de país em desenvolvimento que alguns membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) têm, alegando que utilizam esse estatuto para obter lucros para a sua economia. O Presidente dos EUA dirigia-se particularmente à China, afirmando que Pequim “aldraba o sistema às custas dos EUA”.
O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em resposta, afirmou que as afirmações de Trump “expuseram ainda mais a sua arrogância desonesta e egoísmo”.
Na sequência destes incidentes, a agência de notícias China News admitiu que as relações entre Pequim e Washington estavam “tensas” e incitou os Estados Unidos a “tratar a China com todo o respeito”, de forma a ser possível alcançar um acordo.
Desde maio que as negociações estavam paradas e Trump elevou de dez para 25 por cento as tarifas sobre inúmeros produtos chineses, levando Pequim a impor mais taxas sobre produtos norte-americanos.