Guiné Equatorial encerra cimeira de negócios com mensagem de abertura a parceiros lusófonos

por Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros equato-guineense, Simeon Oyono Esono Angue, disse hoje que a Guiné Equatorial é um país "com futuro" e de "portas abertas" aos parceiros lusófonos.

"É um país com futuro e com as portas abertas para todos os que nos quiserem visitar", disse Simeon Oyono Esono Angue.

O chefe da diplomacia equato-guineense falava hoje no encerramento da cimeira de negócios da Confederação de Empresários da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que, durante três dias, reuniu cerca de 250 empresários de Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde na Guiné Equatorial.

"A comunicação social que aqui se deslocou, terá a oportunidade de registar a imagem real de um país que, apesar das limitações e problemas ainda latentes, é genuíno e acolhedor", acrescentou o ministro.

Simeon Oyono Esono Angue agradeceu a presença das empresas e dos representantes dos Estados-membros que "responderam à chamada" e encorajou a diplomacia da Guiné Equatorial a prosseguir os esforços de promoção da economia no estrangeiro.

"Foram dias de trabalho intensos, com resultados inegáveis. Apesar das restrições ainda vigentes, rompemos a inatividade forçada e seguimos em frente para reconstruirmos o que foi destruído em consequência dos efeitos devastadores da pandemia", disse.

"O papel da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é fundamental neste lento despertar para seguirmos mais determinados rumo a Luanda", acrescentou, numa alusão à cimeira de chefes de Estado e de Governo agendada para julho na capital angolana.

A cimeira de negócios decorreu durante três dias no centro de conferências de Sipopo, tendo contado com representações de todos os países lusófonos.

Os trabalhos decorreram em formato misto presencial e `online` com o chefe de Estado cabo-verdiano e presidente em exercício da CPLP, Jorge Carlos Fonseca, e o secretário-executivo da organização, Francisco Ribeiro Telles, a alegarem razões de agenda ou relacionadas com a pandemia da covid-19 para não viajarem para Malabo.

O Presidente da República de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, que esteve na Guiné Equatorial e foi recebido em audiência pelo chefe de Estado, Teodoro Obiang, acabaria por intervir na cimeira remotamente, a partir de um hotel na cidade.

Fonte da comitiva são-tomense explicou à agência Lusa que Evaristo Carvalho foi desaconselhado a participar presencialmente no encontro por terem sido detetados alguns casos positivos de covid-19 entre os participantes no encontro.

O mesmo motivo terá levado o chefe de Estado anfitrião a fazer a sua intervenção também remotamente, a partir do seu gabinete.

A Guiné Equatorial tem em vigor medidas restritivas devido à pandemia de covid-19, que incluem o fecho de escolas, a limitação de aglomerações e lotação de espaços de culto e o recolher obrigatório, mas foi concedida uma autorização especial para possibilitar a realização do encontro de empresários.

Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique estiveram representados a nível governamental, nomeadamente ministros ou secretários de Estado, enquanto a representação portuguesa se fez ao nível de embaixada, o que valeu críticas da organização, que considera que o Governo português não se interessa pela vertente económica da CPLP.

A cimeira de negócios encerrou-se com a assinatura de vários protocolos e memorandos de entendimento entre a CE-CPLP e o Governo da Guiné Equatorial e com a assinatura da chamada Declaração de Malabo, que renovou as propostas de criação de um tribunal arbitral, um banco de desenvolvimento e uma agência de investimento comuns ao espaço lusófono.

A Guiné Equatorial aderiu à CPLP em 2014 - juntando-se a Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - mediante o cumprimento de um roteiro que tinha como condição a abolição da pena de morte.

Quase sete anos depois, a pena capital continua prevista na legislação equato-guineense, mas o país tem no parlamento para aprovação um novo código penal que não contempla a sua aplicação.

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