Hotelaria lamenta retrocesso e pede solução célere e definitiva

por Lusa

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) lamentou hoje o "retrocesso" registado na solução aeroportuária para Lisboa, e apela ao Governo que encontre uma solução célere e definitiva, considerando "inaceitável" o gasto de "energia em avanços e recuos" nesta questão.

Em comunicado, a AHP afirma ter recebido com "otimismo e expectativa" a solução aeroportuária para Lisboa, lamentando, por isso, "profundamente o retrocesso havido em torno da questão", e reitera ser "inaceitável" o "arrastar desta situação, com décadas de debate; o desperdício de investimento em concursos, estudos e análises; o dispêndio inglório de energia em avanços e recuos".

Na quinta-feira da semana passada, o primeiro-ministro, António Costa, determinou a revogação do despacho do Ministério das Infraestruturas que tinha sido publicado na véspera, que aponta os concelhos do Montijo e Alcochete, como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa.

A solução apontada - e entretanto revogada - passava por avançar de imediato com estudos para o projeto de um novo aeroporto no Montijo, complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, para estar operacional no final de 2026. Os dois aeroportos estariam em atividade até à conclusão do aeroporto no Campo de Tiro Alcochete, previsivelmente em 2035.

Para o presidente da AHP, Bernardo Trindade, esta situação "é muito má para o país", uma vez que considera que "a solução para o Aeroporto de Lisboa é, há muito, urgente, urgentíssima no curto prazo!"

O responsável da AHP salienta que "a falta de capacidade aeroportuária de Lisboa afeta todo o país, não só a região de Lisboa, pelo que uma decisão imediata, seja ela qual for, é estrutural", sobretudo numa altura em que o se recupera de uma pandemia e se vivem "momentos de instabilidade geopolítica".

Esta indefinição sobre o futuro da solução, refere Bernardo Trindade, "traz, para já, problemas no imediato, mas também a médio e longo prazo que têm de ser resolvidos".

"Todas as soluções agora encontradas só trarão benefícios para Portugal daqui a uns anos e é fundamental para já a realização de obras no Aeroporto Humberto Delgado que permitam aumentar o número de lugares de estacionamento, melhorar a circulação em terra com aumento do número de movimentos, tudo articulado com uma mais eficaz monitorização do espaço aéreo", afirma o responsável.

Bernardo Trindade acredita, no entanto, haver nas declarações dos responsáveis políticos "vontade em definitivamente tomar decisões, apesar do "ruído de fundo".

Neste contexto, a AHP apela ao "Governo e aos demais intervenientes que, apesar deste retrocesso, não se perca o foco e se trabalhe de forma célere para encontrar uma solução aeroportuária definitiva, a bem de Portugal e da imagem do país", considerando que "já não há mais margem para adiar uma decisão que é estratégica para Portugal".

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