Huawei desafia concorrência com telemóvel 5G por 530 euros

por Lusa

O grupo chinês das telecomunicações Huawei vai lançar um modelo de `smartphone` de Quinta Geração (5G) que custará cerca de metade do preço previsto por analistas para os novos aparelhos, colocando um desafio aos competidores.

Citado pelo jornal Financial Times, o diretor de `marketing` das comunicações sem fio, Peter Zhou, disse que o grupo vai lançar ainda este ano modelos 5G que custarão 600 dólares (530 euros).

Trata-se de um desafio para os principais competidores da empresa, nomeadamente a norte-americana Apple e a sul-coreana Samsung.

"Há quem diga que, no próximo ano, iremos ter smartphones [5G] por 300 dólares e eu acho isso muito possível", acrescentou.

O alto custo dos dispositivos é tido como um dos principais desafios para a adoção generalizada do 5G, a Internet do futuro.

Esta semana, o presidente executivo (CEO) da empresa, Ken Hu, previu um crescimento de "pelo menos 10%" nas vendas para operadoras de telecomunicações e Internet, em 2020, à medida que as redes de quinta geração (5G) ganharem ímpeto.

Hu, que falava durante a 16.ª edição do Huawei Analyst Summit, em Shenzhen, Sul da China, revelou ainda que a empresa vendeu já 45 mil estações base para o 5G e que espera que 6,5 milhões de estações tenham sido implantadas em todo o mundo, até 2025, abrangendo 2.800 milhões de pessoas.

A empresa garantiu 40 contratos com operadoras em todo o mundo, para desenvolver redes 5G. Mais de metade dos contratos são na Europa, detalhou.

Em entrevista ao Financial Times, Peter Zhou rejeitou hoje as sugestões de que os lucros com a venda de telemóveis seriam sacrificados, visando impulsionar o negócio mais amplo do grupo em equipamentos 5G.

"Será lucrativo", assegurou.

As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico ou centrais elétricas, permitindo a passagem de um mundo digital "fragmentado" para um de "total conectividade", descreveu Ken Hu.

Os Estados Unidos têm pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de 5G, a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de inteligência chineses.

Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.

A Huawei é atualmente a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo e líder no 5G, com o maior número de patentes registadas, segundo a empresa de análise de propriedade intelectual IPlytics.

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