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ICNF fez gestão de combustível em mais de 600 hectares da Mata de Leiria

por Lusa

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) fez a gestão de povoamentos e de combustíveis em mais de 600 hectares na Mata Nacional de Leiria, disse hoje a instituição à agência Lusa.

Em resposta à Lusa, após a demissão de um membro do Observatório do Pinhal do Rei, na quarta-feira, que apontou críticas ao ICNF, este organismo informou que realizou intervenções em faixas de interrupção de combustíveis, em faixas de gestão de combustíveis e em mosaicos de gestão de combustível.

Foi ainda instalada a rede primária de faixas de Gestão de Combustíveis.

No total, o ICNF teve uma intervenção de 627 hectares.

Na nota enviada à Lusa, o ICNF lembrou que, em 2017, efetuou ações de estabilização de emergência pós-incêndio, que, em 2018, realizou ações de controlo de plantas exóticas invasoras e que, em 2018 e 2019, foram executadas ações de rearborização em 1.039 hectares.

O ICNF revela ainda os investimentos programados entre 2019 e 2022, num total de 4,4 milhões de euros.

Segundo o ICNF, vão ser investidos cerca de dois milhões de euros na rearborização de ardidos, numa área de 1.482,12 hectares, e 1,4 milhões de euros na beneficiação de 28,3 quilómetros de rede viária florestal.

Estão previstos ainda 101 mil euros para beneficiação de dez quilómetros de rede divisional florestal e 880 mil euros na recuperação de áreas afetadas pela tempestade Leslie, num total de 694,17 hectares.

"O ICNF está assim a cumprir a Estratégia de Recuperação do Pinhal do Rei, apresentada na Marinha Grande, em 22 de janeiro de 2018. Dessa Estratégia faz parte o Programa de Recuperação das Matas Públicas, apresentado em 22 de fevereiro último em sessão pública. O Programa de Recuperação das Matas Públicas foi elaborado por uma Comissão Científica e nele está contemplado plano de recuperação do Pinhal do Rei", remata o ICNF.

Numa carta dirigida à presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande e coordenadora do Observatório do Pinhal do Rei, Cidália Ferreira (PS), Ricardo Vicente anunciou a sua demissão na quarta-feira, referindo que, apesar de ter sido produzido um parecer "muito relevante sobre o Relatório da Comissão Científica", considera que o Observatório "não está a responder às suas principais responsabilidades".

"Ao nível da sua coordenação e, também, ao nível do ICNF, não há vontade política para que esta instituição responda aos seus compromissos, que estão espelhados no despacho da sua criação", afirma.

Ricardo Vicente acrescenta na missiva, a que a agência Lusa teve acesso, que não reúnem "há meio ano e que já se está em período de risco de incêndio".

"É uma enorme falta de consideração pelo empenho e trabalho realizado pelos membros deste Observatório que não tenha sido o ICNF a informar-nos de que este trabalho estava concluído e que não tenhamos tido qualquer resposta relativamente às sugestões que realizámos. Dei conta à coordenação destes factos no dia 18 de maio, já passou um mês, mas nem estes acontecimentos parecem ser suficientes para que o Observatório volte a reunir", criticou.

O Observatório do Pinhal do Rei foi criado na sequência do incêndio de outubro de 2017, que devastou mais de 80% da Mata Nacional de Leiria.

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