IKEA reduz pela primeira vez a pegada climática

por RTP
A chefe de sustentabilidade da Inter IKEA, Lena Pripp-Kovac, espera que as emissões diminuam ainda mais este ano Charles Platiau - Reuters

O IKEA reduziu as suas emissões de carbono pela primeira vez no ano passado. Segundo a proprietária da marca Inter IKEA isto foi impulsionado pelo uso de energia renovável na produção de produtos, além dos aumentos significativos na eficiência energética da linha de iluminação e eletrodomésticos.

De acordo com o relatório lançado pela empresa de venda mobiliário, desde o processo de produção de matérias-primas e produtos, até ao uso e eliminação das mercadorias dos clientes, as emissões diminuíram 4,3 por cento até ao final de agosto de 2019. Isto representa uma descida para os 24,9 milhões de toneladas equivalentes de CO2. As maiores vendas de retalho da marca cresceram 6,5 por cento, ou seja, um aumento para 41 mil milhões de euros.

O IKEA pretende que sua empresa seja positiva para o clima até 2030, propondo uma redução de mais emissões de gases de efeito estufa do que as que emite atualmente. Isto vai traduzir uma redução de pelo menos 15 por cento, o equivalente a cerca de 21 milhões de toneladas de CO2.

“Para acelerar, em novembro, destinamos 100 milhões de euros para incentivar os fornecedores diretos a mudarem para energia renovável e outros 100 milhões de euros para projetos de remoção de carbono da atmosfera por meio de reflorestamento e proteção florestal”, explicou a empresa em comunicado.

A chefe de sustentabilidade da Inter IKEA, Lena Pripp-Kovac, espera que as emissões diminuam ainda mais este ano.
Como o Ikea planeia proteger o clima até 2030

Atingir uma meta climática positiva significa transformar todas as partes do negócio, incluindo a maneira como os produtos são projetados. Desde a energia usada nas fábricas de fornecedores ao modo como os clientes usam os produtos que são frequentemente vistos como descartáveis hoje.

“Acho que o momento é muito agressivo”, afirmou Mark Griffiths, líder global do Climate Business Hub da WWF, que trabalha com o IKEA na sua estratégia ambiental.

“Está a uma década de distância, e se pensarmos em quão grande é esta empresa, quantos fornecedores eles têm e o que precisam fazer é uma montanha enorme para escalar”, acrescentou.

A empresa está realizar diversas outras mudanças, desde descobrir como ajustar mais produtos em camiões até à entrega aos clientes. O IKEA parou de vender produtos plásticos de uso único em janeiro 2020. Contudo, as maiores mudanças estão fora do seu controlo direto.

Parte do novo investimento de 200 milhões de euros vai ser destinado para ajudar os fornecedores a migrarem para a energia renovável na produção. A outra parte irá apoiar um maneio florestal mais responsável e a restauração de terras degradadas.

Além disto, a marca também terá de convencer os consumidores de que vale a pena dedicar tempo a reparar ou devolver produtos antigos.

As mudanças e o incentivo aos fornecedores para mudarem serão provavelmente a parte mais desafiadora desta transição.
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