Impacto da Covid-19. Banco de França reforça previsão de tombo da economia

por Carlos Santos Neves - RTP
Prevê-se também que a taxa de desemprego supere os 11,5 por cento em meados do próximo ano Charles Platiau - Reu

O Produto Interno Bruto francês deverá sofrer este ano um recuo de dez por cento, a expensas de uma “recuperação gradual” no terceiro trimestre. É o que espera o Banco de França, que divulgou esta terça-feira as suas previsões para a economia do país. A recuperação não terá lugar antes da segunda metade de 2022.

Para o segundo trimestre de 2020, o Banco de França espera um recuo do PIB de aproximadamente 15 por cento. Este foi o período que compreendeu mês e meio de confinamento e a retoma gradual das atividades, a partir do dia 11 de maio.

Na sequência do “choque muito forte” ditado pela política de confinamento, o banco central francês prevê recuperações de sete por cento em 2021 e quatro por cento em 2022.O Governo francês estima para 2020 uma recessão de 11 por cento.


“Esta recuperação aparente não retornará ao nível de atividade no final de 2019 antes de meados de 2022”, ressalvam os relatores do Banco de França.

Prevê-se também que a taxa de desemprego em França supere os 11,5 por cento em meados do próximo ano.

“É provável que o esperado aumento do desemprego e o contexto global de alta incerteza continuem a pesar no comportamento de compra”, aponta a instituição.
“Redução significativa no emprego”

As estimativas do banco central francês apontam ainda para uma taxa de poupança das famílias a superar os 22 por cento em 2020, a par de uma queda do consumo em 9,3 por cento.

As empresas deverão cortar nos respetivos investimentos em 23,3 por cento. Tal quadro levará a “uma redução significativa no emprego”, embora dilatada no tempo. Isto à medida que o Executivo for recuando no regime de lay-off.

A taxa de desemprego deverá assim ascender a mais de dez por cento no final deste ano e atingir o 11,5 em meados de 2021, “acima dos precedentes históricos” – só em 2022 o país poderá esperar um regresso aos 9,7 por cento.

No que toca aos preços, o Banco de França espera uma inflação que poderá mesmo ser negativa no termo deste ano, dados os preços da energia, devendo ficar aquém de um por cento até ao final de 2022.

c/ agências
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