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INE. PIB regista queda de 2,3% em termos homólogos e 3,8 em cadeia no primeiro trimestre de 2020

por RTP
Pedro A. Pina - RTP

No primeiro trimestre de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma quebra de 2,3%, comparado com igual período do ano passado. Comparativamente com o quarto trimestre de 2019, o PIB diminuiu 3,8% em termos reais em cadeia.O INE reviu a primeira estimativa, que apontava para uma queda de 2,4% em termos homólogos e de 3,9% em cadeia.

As contas do primeiro trimestre reveladas esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística já incluem um período de confinamento e estado de emergência na segunda quinzena de março e representam uma revisão da estimativa feita no início do mês.

O INE revela que essa revisão se deve "sobretudo uma revisão em alta das exportações líquidas de importações de bens e serviços em volume".

A contração da atividade económica refletiu o impacto da pandemia COVID-19 que se fez sentir de forma significativa no último mês do trimestre, alerta a instituição.

O contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB passou de positivo no 4º trimestre a negativo (de 1,1 pontos percentuais (p.p.) para -1,3 p.p.).

As exportações diminuíram de forma mais intensa (-4,9%) do que a das importações (-2%).

“A procura interna apresentou um contributo negativo (-1,1 p.p.), pela primeira vez desde o 3º trimestre de 2013, em resultado da diminuição do consumo privado e do Investimento”, realça o INE.

Comparativamente com o 4º trimestre de 2019, o PIB diminuiu 3,8% em termos reais (variação em cadeia de +0,7% no trimestre anterior), verificando-se um contributo negativo da procura externa líquida (-1,8 p.p.) para a variação em cadeia do PIB, depois de ter sido positivo (1,5 p.p.) no trimestre anterior. A procura interna registou um contributo mais negativo que no trimestre anterior, passando de -0,7 p.p. para -2,0 p.p. no 1º trimestre.

Em março, foram tomadas em Portugal diversas medidas de contenção da propagação do COVID-19, tendo sido anunciado o encerramento das escolas e universidades no dia 12 (com efeitos a partir de16 de março) e foi decretado o estado de emergência no dia 18, ditando o encerramento temporário de várias atividades económicas e restrições à livre circulação de pessoas.

Ainda antes destas medidas, existiam já perturbações no funcionamento normal de algumas atividades e na procura dirigida aos seus produtos, nomeadamente na restauração e hotelaria, afetando a atividade económica desde praticamente o início do mês.

No 1º trimestre, as Despesas de Consumo Final das Famílias Residentes registaram uma diminuição homóloga de 1,1% em volume, após o crescimento de 2,0% no trimestre anterior. As despesas em bens duradouros apresentaram uma acentuada redução (-5,3%), após um aumento de 2,1% no 4º trimestre, refletindo principalmente uma queda das aquisições de veículos automóveis.

Face ao 4º trimestre, as despesas de consumo das famílias residentes diminuíram3,0% (+0,1% no trimestre anterior), verificando-se uma variação em cadeia de -8,8% das despesas em bens duradouros(sobretudo de veículos automóveis).

No 1º trimestre, o Investimento registou um decréscimo homólogode 2,5%,em volume (-2,2% no trimestre anterior).
Emprego diminuiu 0,5%
No 1º trimestre, o emprego para o conjunto dos ramos de atividade da economia, ajustado de sazonalidade, diminuiu 0,5%, em termos homólogos, menos 0,8p.p. que no trimestre anterior.

O emprego remunerado (igualmente ajustado de sazonalidade) registou um crescimento homólogo de 0,7%no trimestrede referência, menos 0,7p.p. que o verificado no 4º trimestre.
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