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Investigador aconselha empresas a protegerem-se e a estarem atualizadas

por Lusa

Porto, 05 fev (Lusa) -- O investigador em segurança informática André Baptista aconselha as empresas na área da informação a protegerem-se contra eventuais ataques e a manterem os seus sistemas digitais atualizados para contrariar quaisquer vulnerabilidades.

"As empresas devem-se proteger contra este tipo de ataques por parte de `hackers`, ativistas e não só, organismos políticos externos ou internos. Devem-se proteger através de normas que visam a proteção de uma organização", afirmou André Baptista, em declarações à Lusa, no âmbito de um trabalho preparatório sobre `fake news`, tema de uma conferência, a realizar em 21 de fevereiro, em Lisboa, e organizada pelas duas agências noticiosas de Portugal e Espanha, Lusa e Efe, com o título "O Combate às Fake News - Uma questão democrática".

O investigador do Centro de Competências em Cibersegurança e Privacidade (C3P) da Universidade do Porto e do INESC TEC salientou que, enquanto empresas com uma exposição pública constante, os meios de comunicação social "têm `sites` e estão sujeitos a serem atacados e a ver a publicação de informação que é falsa", levando à potencial transmissão de falsidades "e em que as pessoas podem acreditar, o que é algo extremamente perigoso".

André Baptista, que no ano passado foi classificado como "`hacker` mais valioso do mundo" depois da participação no evento H1-202, sugeriu, por exemplo, que as empresas mais expostas realizem as chamadas `bug bounties`, em que abrem os sistemas "para serem testados por investigadores na área da segurança de todo o mundo".

"Cada investigador pode reportar uma determinada vulnerabilidade a troco de pontos ou fundos ou até mesmo dinheiro. [...] Este modelo está a funcionar muito bem hoje em dia e penso que é algo que grandes empresas nesta área e noutras, obviamente, devem implementar", afirmou André Baptista.

O investigador apelou ainda a uma maior consciencialização do público em relação à desinformação, com o alerta de que "não devem acreditar em tudo o que veem na Internet".

Numa escala mais abrangente, André Baptista propôs a implementação, a nível nacional, de "mecanismos de `fact-checking` [verificação de factos] de forma a poder informar as pessoas de que a notícia x que está a ser viral tem factos que não são verdadeiros".

As `fake news`, comummente conhecidas por notícias falsas, desinformação ou informação propositadamente falsificada com fins políticos ou outros, ganharam importância nas presidenciais dos EUA que elegeram Donald Trump, no referendo sobre o `Brexit` no Reino Unido e nas presidenciais no Brasil, ganhas pelo candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro.

O Parlamento Europeu quer tentar travar este fenómeno nas europeias de maio e, em 25 de outubro de 2018, aprovou uma resolução na qual defende medidas para reforçar a proteção dos dados pessoais nas redes sociais e combater a manipulação das eleições, após o escândalo do abuso de dados pessoais de milhões de cidadãos europeus.

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