Lucros da banca voltam a valores-recorde

por RTP

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Em 2018, os resultados dos quatro maiores bancos a operar em Portugal praticamente igualaram os lucros recorde registados em 2007, um ano antes da falência do Lehman Brothers que desencadeou a crise económica e financeira mundial.

BCP, BPI, Caixa Geral de Depósitos e Santander Totta lucraram, em conjunto, mais de 1.787 milhões de euros - um salto de gigante de um ano para o outro. Em 2017, os mesmos quatro bancos registaram ganhos de 684,6 milhões de euros.

Para estas contas, não entra o Novo Banco, que ainda não apresentou os resultados do ano passado, mas que deverá continuar a ter prejuízos como tem acontecido desde que foi criado aquando da resolução do BES (só em 2017, os prejuízos do Novo Banco chegaram a perto de 1.400 milhões de euros).

Para trás parecem ter ficado as marcas da crise que começou nos Estados Unidos e que se propagou pelo mundo a partir de setembro de 2008, e que fez vítimas pelo caminho: BPP, BPN, BES e Banif.

E os bancos que resistiram, tiveram de mudar de práticas, cumprir regras apertadas impostas pelo Banco Central Europeu, reduzir trabalhadores e número de balcões, vender ativos e participações noutros bancos, pedir dinheiro emprestado ao Estado e reduzir ao máximo a pesada fatura de crédito malparado que ainda está no balanço dos bancos.

É preciso recuar 11 anos para encontrar lucros tão grandes dos bancos portugueses. Em 2007, A Caixa Geral de Depósitos foi a campeã dos lucros com 856 milhões de euros. E o BES veio logo a seguir.

Ao todo, os lucros da banca somaram mais de 2.400 milhões de euros. Sem o BES, ficou nos mais de 1.800 milhões de euros - um valor muito próximo do que foi registado no ano passado pelos mesmos quatro bancos.

Onze anos depois, os bancos estão mais pequenos, com menos crédito em incumprimento nos balanços e a cobrar mais comissões bancárias. E, à excepção da Caixa Geral de Depósitos, todos os outros bancos deixaram de ser controlados por acionistas portugueses.
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