Manutenção da política económica vai atrasar reformas em Angola acredita Consultora BMI

por Lusa

Londres, 25 set (Lusa) - A consultora BMI Research considera que o novo Presidente de Angola vai manter a atual política económica, o que significa que poucos progressos na implementação das reformas necessárias para potenciar o investimento, prejudicando a economia.

"A eleição de João Lourenço nas eleições de agosto vai fazer com que o atual `status quo` económico se mantenha firme nos próximos trimestres, o que significa que as reformas necessárias para atrair investimento estrangeiro farão poucos progressos", escreve a consultora BMI Research.

Numa nota de análise sobre o mandato do novo presidente, que toma posse terça-feira, esta consultora do grupo Fitch - a única instituição que prevê um crescimento acima de 4% para 2018 em Angola - considera que "apesar de ter feito campanha com a promessa de diversificar a economia, há pouca margem para o novo presidente alterar os padrões da economia".

É por isso, aliás, que só para 2018 esta consultora prevê uma subida mais robusta na economia de Angola: "Não antecipamos uma subida significativa no investimento, o que poderia acelerar o crescimento do PIB; apesar de um aumento na produção de petróleo ir fazer o PIB aumentar para 4% em 2018, face à estimativa de 2% este ano, acreditamos que isto é, em última análise, insustentável" devido à falta de reformas estruturais.

Na análise ao novo mandato de João Lourenço, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas da BMI acrescentam que depois de 2018, Angola, apresentada como um "petro-estado", deverá abrandar o crescimento para 2,4%.

Os analistas dizem que José Eduardo dos Santos, "mesmo abandonando oficialmente o poder, vai manter um grande poder de influência enquanto líder do partido no poder e através dos seus filhos, que são líderes da maior empresa de petróleos do país e do fundo soberano de 5 mil milhões de dólares".

Sem poder para mudar as coisas, a BMI Research prevê João Lourenço permita que "a Sonangol continue uma instituição opaca e ineficiente".

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