Marcelo exorta privados a lutarem por protagonistas políticos mais fortes

por Lusa
Marcelo apelou o setor privado a descobrir protagonistas políticos mais fortes Mário Cruz-Lusa

O Presidente da República exortou quarta-feira os representantes do setor privado a lutarem por protagonistas políticos mais fortes que lhes concedam eco em momentos eleitorais e que constituam uma solução alternativa.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta mensagem no encerramento de uma conferência do Fórum para a Competitividade - Associação para o Desenvolvimento Empresarial, no Centro de Congressos de Lisboa.

Numa intervenção de 20 minutos, o chefe de Estado considerou que em Portugal "os protagonistas políticos, económicos e sociais defensores de um percurso diferente não têm logrado alcançar força persuasiva para que o seu discurso constitua um discurso alternativo e, sobretudo, constitua uma solução alternativa".

"Não é impunemente que fomos das primeiras monarquias absolutas da Europa e das últimas a deixarem de o ser - se é que em quadros mentais o deixámos de ser, no que respeita à supremacia do Estado sobre a sociedade civil", observou.

No final do seu discurso, o Presidente da República incentivou o setor privado a "prosseguir o seu empenho ou, se quiser, a sua luta, para ter protagonistas institucionais, políticos e outros, mais fortes, para ter discurso político com mais eco nos momentos de decisão popular e eleitoral", mesmo que esteja descontente com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

"Nomeadamente distinguindo o que é seu efetivo papel e o peso do investimento privado daquilo que pode ser um desperdício irreversível, para converter o sentimento aqui hoje expresso em acicate para o que são os anos imediatos: travar a batalha cultural, travar a batalha institucional, travar a batalha correspondente ao seu efetivo peso na criação do Produto Interno Bruto (PIB), com trabalho, competência, visão de longo fôlego, qualificação e responsabilidade social", completou.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu aos privados que atuem "com realismo e com independência, com sentido do bem comum, evitando a perpetuação da inelutável e casuística tendência de os poderes públicos quererem influenciar e determinar o seu sentir".

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