Metade do combustível da TAP em 2019 protegido por política de variação do preço

por Lusa

Redação, 22 mar (Lusa) -- A TAP tem cerca de metade do volume de combustível que consumir este ano abrangido por uma política de proteção de variação do preço do petróleo e com "um dos melhores preços da Europa", divulgou hoje a companhia aérea.

"Ao longo de 2018 a TAP desenvolveu e implementou uma política de proteção de combustível que apenas foi possível devido ao desenvolvimento da relação com a banca internacional, que possibilitou uma melhoria da avaliação de crédito da empresa, o que faz com que a TAP tenha hoje cerca de 50% do seu volume, para 2019, protegido com um dos melhores preços de combustível da Europa, de acordo com a Bloomberg", refere a Comissão Executiva da companhia aérea numa mensagem enviada hoje aos colaboradores.

Na mensagem, a que a agência Lusa teve acesso, a administração da transportadora recorda que, apesar de o orçamento da TAP para 2018 "ter sido conservador ao estimar um custo de 600 dólares por tonelada de combustível, enquanto esse estava cotado a 591 dólares por tonelada em dezembro de 2017", o facto é que a companhia "não tinha uma política de proteção de variação do preço do combustível, tal como tem a maioria dos concorrentes europeus, nem a capacidade de crédito para proteger uma posição significativa de combustível".

Como resultado, e sendo o combustível "um dos principais consumos da TAP", a empresa sofreu no ano passado o "impacto do aumento expressivo do preço do petróleo" -- cujo preço médio "aumentou 32% entre 2017 e 2018, o que não acontecia desde 2011" -- com os gastos com combustível a aumentarem de 580 para 799 milhões de euros de um ano para o outro.

Deste aumento, cerca de 49 milhões de euros foi devido ao crescimento de volume, enquanto cerca de 169 milhões de euros foi devido ao "aumento expressivo" do preço do petróleo, explica.

O grupo TAP, ou seja a TAP SGPS, anunciou hoje ter registado, em 2018, um prejuízo de 118 milhões de euros, valor que compara com um lucro de 21,2 milhões de euros registado no ano anterior.

Por sua vez, a receita do grupo passou de 2.978 milhões de euros em 2017 para 3.251 milhões de euros em 2018, traduzindo-se num aumento de 273 milhões de euros, mais 9,1% face ao período homólogo.

"O ano de 2018 foi difícil para a TAP quer em termos operacionais, quer em termos económicos e financeiros, mas foi um ano que não comprometeu o nosso futuro. Um ano que nos permitiu continuar a criar raízes para que o plano estratégico possa ser implementado como previsto", indicou o presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, em conferência de imprensa, em Lisboa.

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