Moscovici: Portugal merece olhar mais positivo das agências de rating

por Lusa
Francois Lenoir - Reuters

O comissário europeu dos Assuntos Económicos considerou que o desempenho económico de Portugal, que já resultou na saída do Procedimento por Défice Excessivo, "merece ser olhado de forma positiva" por parte das agências de notação financeira.

"Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se deem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem", considerou o comissário.

Pierre Moscovici acrescenta ainda que há "boas razões para confiar mais em Portugal, o que não era o caso no passado". 

As declarações foram registadas na comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu, em Bruxelas, em resposta a uma questão do eurodeputado socialista Pedro Silva Silveira, sobre as avaliações de rating após a saída do Procedimento por Défice Excessivo. 

Moscovici ressalva no entanto que "não cabe à Comissão Europeia falar diretamente com as agências de notação".

 

"O que se passa em Portugal merece ser olhado de forma positiva e os desenvolvimentos devem reforçar a confiança em Portugal", referiu ainda o comissário europeu dos Assuntos Económicos.

O comissário francês reforçou que a saída de Portugal do PDE, decidida na semana passada pelo executivo comunitário, "recompensa os esforços importantes feitos por Portugal", e observou que, embora não tenham alterado a nota à dívida de longo prazo do país, as agências de rating constataram "uma orientação positiva".

No passado domingo, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse esperar que as agências de notação financeira melhorem o 'rating' de Portugal "ainda neste ou no próximo ano", lembrando os números positivos da economia, do emprego e do défice.

Em declarações aos jornalistas, Caldeira Cabral vincou então que "os números do défice, do crescimento económico e do emprego este ano justificam, naquilo que é a análise normal dos ratings, uma revisão".

Para o ministro, que disse ter já tido reuniões com várias agências de rating este ano, estes dados justificam uma revisão, a começar pela perspetiva de evolução, já no segundo semestre, e depois numa revisão em alta, no princípio de 2018.

"Não estamos a pedir nem defender que nos façam um favor, mas só uma análise justa e hoje Portugal está em melhor situação, com números muito mais positivos", disse o ministro, sublinhando que "os números são mais positivos e justificam uma revisão por parte das agências de notação financeira. 

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