Motoristas. ANTRAM diz que sindicato recusou mediação

por RTP
De acordo com a ANTRAM, o sindicato quer “impor o resultado final antes de o processo começar” Manuel de Almeida - Lusa

Depois de ter sido chamada de urgência para a reunião entre o Governo e o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), a entidade patronal ANTRAM revelou que o sindicato recusou o processo de mediação e impôs condições. Pedro Pardal Henriques declarou, por sua vez, que o SNMMP irá anunciar novas formas de luta já na quarta-feira.

“Hoje deixámos aqui um documento de manhã em que claramente abríamos a quase tudo a mediação para podermos negociar”, explicou o porta-voz da associação patronal, André Matias de Almeida.
Porém, ao ser chamada de urgência esta noite ao Ministério, a ANTRAM foi informada de que “o sindicato não aceita o processo de mediação” e “quer impor à partida duas condições nesse processo de mediação: aumentos salariais e pagamentos de horas suplementares”.

“Este sindicato, que segundo as suas palavras convocará uma nova greve, terá de explicar ao país por que é que recusou ir para uma mediação sabendo que, por um lado, a ANTRAM aceitava que esses elementos fossem discutidos na mediação, e por outro os quer impor já”, sustentou André Matias de Almeida.

De acordo com a ANTRAM, o sindicato quer “impor o resultado final antes de o processo começar”, algo que a entidade “lamenta profundamente”.
Novas formas de luta
Pedro Pardal Henriques, porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, frisou que o sindicato “sempre esteve disponível para negociar” e que o mesmo retirou “a espada da cabeça da ANTRAM” ao desconvocar a greve.

“Viemos aqui hoje para criar balizas para o processo de mediação que se iria iniciar hoje e que se iria prolongar por muitos meses”, explicou. “Pedimos duas coisas essenciais: que sejam valorizados os trabalhadores e que recebam pelo trabalho que fazem”.

Por considerar que tal não foi aceite por parte da ANTRAM, o SNMMP irá já na quarta-feira anunciar novas formas de luta.

“Nós vamos dar seguimento àquilo que foi determinado no plenário do passado domingo”, garantiu Pardal Henriques. “Nós já estamos mandatados pelos nossos associados para tomar as formas de luta que iremos tomar” e que serão anunciadas amanhã, avançou.

"A Antram não quis evitar estas novas formas de luta ou uma possível greve por 50 euros", afirmou o representante do SNMMP, referindo-se a uma das exigências salariais dos trabalhadores.

“Compreendemos a posição inflexível da ANTRAM, compreendemos que não queiram ceder em absolutamente nada, nem em greve nem sem estar em greve, porque durante este período de greve estiveram sempre protegidos com uma máquina do Estado a trabalhar para eles”, acrescentou o porta-voz do sindicato.
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