Município de Viseu testa funcionários com metodologia inovadora

por Lusa

Funcionários da Câmara de Viseu começaram hoje a ser testados com uma metodologia inovadora da Universidade Católica para deteção da covid-19, que usa amostras de saliva, anunciou a autarquia.

Segundo a autarquia, "o teste recorre à metodologia inovadora desenvolvida no ano passado pelo laboratório de investigação SalivaTec, para deteção de SARS-COV-2 em amostras de saliva, no decorrer de um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia".

"Para além de se diferenciar dos testes disponíveis no mercado, uma vez que utiliza a saliva como meio de rastreio não invasivo, o método desenvolvido pelo laboratório recorre a uma estratégia inovadora, adequada para a testagem ampla de populações", explica.

No entender do presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, no combate à covid-19 devem ser usadas "todos as armas" ao dispor.

"A tecnologia desenvolvida em Viseu, no seio do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde da Universidade Católica, permite a massificação rápida do rastreio, com uma brutal redução de custos", sublinha.

A autarquia esclarece que "o procedimento é simples e foi colocado hoje em prática durante a primeira recolha de amostras".

Primeiramente, "foi realizada a recolha de amostras de saliva de 20 indivíduos que foram, posteriormente, agrupadas, constituindo uma única amostra (`pool`). Segue-se a realização de um teste de rt-PCR por cada `pool`", explica.

"Sempre que é detetada uma `pool` positiva, as amostras individuais que a constituem são testadas para identificar o/os indivíduo(s) positivo(s)", acrescenta.

Para a recolha realizada hoje, foram selecionados 100 colaboradores do município, afetos a áreas com maior exposição e risco, como os bombeiros sapadores e trabalhadores dos espaços verdes, das obras, da limpeza urbana e dos Serviços Municipais de Água e Saneamento.

Depois de serem conhecidos os resultados desta recolha, o rastreio deverá ser alargado a todos os funcionários da autarquia.

De acordo com a autarquia, entre as vantagens desta metodologia está não apenas o facto de a utilização da saliva permitir "uma melhor aceitação", como também ser "muito mais sensível do que os testes rápidos de antigénios que estão a ser massivamente utilizados em diferentes locais do país, sendo equivalente aos testes por zaragatoa que têm sido utilizados desde o início da pandemia".

Por outro lado, "este rastreio permite uma redução considerável dos custos, quando comparado com os testes de PCR convencionais", refere a mesma fonte, exemplificado que "a testagem de mil indivíduos rondaria os 100 mil euros se realizada por PCR convencional e cerca de 7.000 euros caso fossem utilizados testes rápidos de antigénios", enquanto "através da estratégia de `pools` de amostras de saliva custa cerca de 750 euros".

"Supondo que cinco dos 50 grupos testados apresentam resultados positivos, o custo passa a ser de 2.250 euros", acrescenta.

A autarquia explica ainda que o método leva a "uma redução relevante do impacto ambiental, uma vez que diminui substancialmente o número de testes de PCR necessários para rastrear o mesmo número de indivíduos, reduz o número de equipamento de proteção individual e ainda os recursos humanos associados à realização dos testes".

"A investigação científica deve ser colocada ao serviço da comunidade. Felizmente, já temos em Viseu excelentes laboratórios e investigadores. Se existe uma hipótese de conseguirmos um trunfo no combate a este vírus, não a podemos desperdiçar", considera António Almeida Henriques.

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